Sexta, 26 Maio 2017 13:03

Técnica de imunocastração traz benefícios ao bem-estar, desempenho e a qualidade da carne suína

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A imunocastração tem sido um tema bastante discutido na cadeia da suinocultura. Mesmo tendo sido vista com desconfiança por alguns produtores, o fato é que a medida já vem sendo utilizada em vários estados brasileiros, e recentemente alguns produtores e frigoríficos capixabas iniciaram as conversas sobre uso do procedimento.

 

A imunocastração nada mais é do que uma vacina, e diferente do que alguns pensam, não é um hormônio ou mesmo medicamento. Não existe período de carência para o consumo da carne de animais imunocastrados, pois não provoca acumulo de resíduos nas carcaças dos animais.

 

Em 2007 foi publicado um memorando circular de autoria do MAPA, que estabelecia alguns critérios quanto à prática da imunocastração. O documento estabelecia que o efeito positivo do procedimento deveria ser confirmado pelo  diâmetro testicular não superiores a 11cm. Em janeiro de 2017, o MAPA lançou um novo memorando circular, substituindo o anterior, e também a referida exigência. Estudos mostram que a vacina pode ter surtido efeito, ainda que os testículos dos animais tenham a largura superior a que havia sido determinada.

 

Carolina Covre, médica veterinária da ASES, explica que a utilização da vacina pode trazer diversos benefícios ao animal. “Um dos benefícios mais importantes está associado ao bem-estar animal. Diferente do procedimento de castração efetuado nas granjas, para a técnica de imunocastração é necessário apenas injeções subcutâneas. Quando aplicada, a vacina faz com que o suíno produza anticorpos contra o GNRF (fator liberador das gonadotrofinas), responsáveis por desencadear a cascata hormonal da reprodução. Outro benefício pode ser percebido na melhoria da conversão alimentar e na redução de gordura da carcaça, fatores que trazem um ganho ao produtor em relação a qualidade final do produto”, afirma.

 

Marcelo Mosquini, gerente do Frigorífico Mosquini, que já realizou testes com a vacina, afirma que após dissecarem alguns suínos, foi possível perceber a diferença na qualidade final desses animais em comparação aos demais. “Os benefícios são incontestáveis. Quando abrimos a carcaça pudemos perceber a redução de gordura, além do ganho de peso que foi superior. Não houve nenhum problema no desenvolvimento do animal, o que comprova a eficiência da vacina”, disse.

 

Os representantes da empresa que fornecem a vacina afirmam que recentemente a mesma obteve registro para uso em fêmeas. De acordo com eles, a aplicação também provoca melhorias em seu desenvolvimento, proporcionando melhor ganho de peso devido à interrupção do cio, momento que provoca estresse e redução do consumo de alimento, além da monta de uma fêmea na outra provocar danos às carcaças.

 

                       Vacina Vivax             Castração Cirúrgica

                            Aplicação da vacina de imunocastração                        procedimento cirúrgico

Fotos: Zoetis

 

 

Fonte: ASES