Segunda, 27 Agosto 2018 13:57

Workshop sobre salmonella aponta que biosseguridade e ações para controle são o caminho ideal para controle do patógeno

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O setor avícola se reuniu para falar sobre a presença da salmonella na produção de frango e ovos em um workshop gratuito e com inscrições esgotadas antecipadamente, organizado pela, APA (Associação Paulista de Avicultura), CDA (Coordenadoria de Defesa Agropecuária) e Facta (Fundação Apinco de Ciência e Tecnologia Avícolas). O evento aconteceu dia 14 de agosto, em Campinas, SP.

Mostrando maturidade, o tom principal dos debates foi: As salmonelas existem, as cargas embarcadas para o exterior estão sendo 100% analisadas para União Europeia, mas mesmo assim é utopia pensar na eliminação total da bactéria. Temos que pensar na redução deste patógeno. E isso não vai acontecer da noite para o dia. Outro pensamento compartilhado por todos é sobre o papel do ser humano para controlar a salmonella.

 

A necessidade da realização da sorologia e identificação da salmonella também foi tópico exaustivamente  abordado.

 

José Roberto Bottura, Diretor Técnico da APA, acompanhou todo o evento e acredita que a ocasião foi de grande utilidade para reciclar o que já se sabe sobre o controle da salmonella e recordar os princípios fundamentais da biosseguridade.

 

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Nomes que fazem a diferença no assunto conversaram e expuseram suas opiniões para os participantes. Veja na sequência alguns destaques de suas apresentações.

 

Paulo Martins (Biocamp)

“Medidas avulsas não têm efeito sozinhas. Nossa principal arma para tratar a salmonela é a biosseguridade. Precisamos monitorar cada etapa da produção”.

 

Professor Ângelo Berchieri (Unesp)

“Temos que trabalhar com pintos de um dia livres de salmonella. Se a bactéria já está presente no primeiro dia da produção, vai ser muito mais difícil resolver o problema. Antibióticos não devem ser usados para tratar a salmonella. Eles não são a solução e vão no máximo esconder o patógeno. O alimento das aves também são uma importante porta de entrada da salmonella e precisa ser monitorado”.

 

 Edir Nepomuceno (Ghenvet)

“ Não tente fazer amizade com as salmonelas. Faça um grande esforço de controle e tenha um plano já definido para quais medidas serão adotadas na sua granja caso você encontre a bactéria. Três pontos são fundamentais: O pintinho que você compra, a ração/ alimento e o ambiente (controle de cascudinhos e roedores).”

 

Cristiano Pereira (Cobb)

“O mais importante é a atitude das pessoas que vão trabalhar no controle deste patógeno. Os especialistas precisam saber executar o plano de prevenção.”

 

Anderlise Borsoi (Universidade UTP)

“Toda a legislação para salmonella no Brasil é feita pensando na saúde pública. E com todas as legislações existentes atualmente, qualquer sorovar de salmonella é importante. E ainda vale lembrar que é só porque existem essas regras que podemos exportar. Mas também não adianta impor uma regra que não vai poder ser cumprida. É preciso ensinar também a cumprir.”

 

Mário Sérgio Assayag (Aviagen)

“Os custos das salmonelas para a agroindústria são altos. Em um abatedouro para exportação, as perdas de faturamento equivalem a: U$ 2,30 bilhões/ mês ou U$8,53 bilhões/ ano. As estimativas de gastos em um possível recall de 10 contêineres é de U$670.000,00”.

 

Luciano Lagatta (CDA)

“Há falhas de biosseguridade  (como a limpeza e desinfecção , presença de roedores e cascudinhos) que são encontradas ao realizar vistorias par novos registros e renovações . Essas falhas são apontadas e trabalhadas para a concessão dos registros. Em São Paulo, temos atualmente 90% dos galpões de corte já registrados”.

 

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