No dia 25/01, produtores e frigoríficos de frango de corte do Espírito Santo participaram de reunião sobre a Instrução Normativa 20 que preconiza o Controle e Monitoramento de Salmonella em Estabelecimentos Avícolas Comerciais de Frango e Perus de Corte, Abate de Frangos, Galinhas, Perus de Corte e Reprodução. A palestra aconteceu no auditório da AVES em Marechal Floriano e foi ministrada por Ederson Gomes Camargo, Médico Veterinário, Auditor Fiscal Agropecuário (SIFISA/SFAES/MAPA).
Ederson falou sobre a obrigatoriedade da análise e coleta de amostras para controle de todos os lotes das granjas que fornecem para frigoríficos com Serviço de Inspeção Federal (SIF) e Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI). A medida entra em vigor a partir do dia 25/02 e também é obrigatória para os estabelecimentos de abate.
O palestrante citou os vários tipos de Salmonella destacando Enteritidis, Typhimurium, Gallinarum e Pullorum. De acordo com ele, a partir da nova medida, caberá a todos os estabelecimentos avícolas comerciais o controle e monitoramento. “Todos os estabelecimentos deverão realizar este controle. Além disso, devem ser coletadas amostras de todos os lotes da granja. O ideal é que o procedimento de coleta ocorra o mais próximo possível do momento de abate, para que os resultados sejam conhecidos antes do envio das aves ao abate”, frisou.
O gerenciamento das coletas é responsabilidade do médico veterinário que realiza o controle sanitário do estabelecimento. Existem ainda procedimentos específicos no caso em que as aves se encontram doentes. Também é importante que se mantenham registros auditáveis, fazendo a manutenção dos documentos por um prazo de 5 anos.
De acordo com Ederson, em relação aos resultados laboratoriais, quando detectados os diagnósticos positivos para Salmonella Enteritidis, S. Typhimurium, S. Gallinarum e S. Pullorum serão encaminhados imediatamente pelo laboratório ao Serviço Veterinário Estadual (SVE) onde se localiza o estabelecimento. “Um núcleo será considerado positivo para Salmonela quando pelo menos 1 ensaio de qualquer galpão apresentar diagnóstico positivo para esse agente patogênico”, disse.
Quando se fala em trânsito animal, o boletim sanitário de frangos e perus de corte deve conter nº do relatório de análise, resultado laboratorial e nº de registro no Serviço Veterinário Estadual (SVE), ou a informação "sem registro", quando não for registrado. Já o boletim sanitário de abate de galinhas e perus de corte deve apresentar número do certificado sanitário, status sanitário do núcleo para S. ETGP LIVRE ou "LIVRE e VACINADO" para os casos em que a vacinação tenha sido autorizada conforme normativa de certificação sanitária vigente e positivo para salmonella spp., quando da detecção de outros sorovares. Para cada galpão do núcleo de origem das aves será emitido um boletim sanitário constando nº do certificado sanitário do estabelecimento de origem das aves.
Existem ainda ações sanitárias pelos estabelecimentos avícolas que dizem respeito aos controles de Salmonella spp. nos estabelecimentos de abate registrados no SIF e SISBI. Essas ações compreendem a exigência de medidas de controle adotadas pelos estabelecimentos de abate, ações de fiscalização, além de procedimentos atrelados a rede nacional de laboratórios agropecuários.
De acordo com Nélio Hand, Diretor Executivo da AVES, a reunião para esclarecimentos foi solicitada pelos Associados da entidade. "Vimos que a maioria dos produtores e estabelecimentos tinham duvidas sobre a instrução normativa. O Ministério da Agricultura prontamente se colocou à disposição para esclarecer as dúvidas", relata.
As medidas da IN não abrangem o segmento de Postura Comercial bem como não são uma obrigação para produtores que fornecem e estabelecimentos que estão nos Serviços de Inspeção Estadual e Municipal, mas é recomendável que esses acompanhem de perto o processo para que possam estar cientes.
Fonte: AVES