Terça, 11 Julho 2017 15:03

ABPA divulga análise dos resultados do 1° semestre 2017

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O primeiro semestre de 2017 é, de longe, o mais desafiador da história do setor de proteína animal do Brasil.
 

Uma crise de imagem sem precedentes impactou o setor quando, em 17 de março, os equívocos nas informações divulgadas durante a coletiva de imprensa, cujo objetivo inicial era apontar fatos relativos às investigações da Operação Carne Fraca, se transformou em um dos maiores golpes à reputação do setor.


O impacto imediato foi a suspensão dos embarques para diversos mercados. Outros, suspenderam parcialmente as importações das plantas envolvidas na investigação.

Após um intenso trabalho promovido pelo Governo Federal, com o apoio da ABPA – em relação a aves e suínos – os esclarecimentos foram prestados.


Hoje, poucos embargos totais perduram. As suspensões em vigor, em sua maior parte absoluta, se referem às 21 plantas (dentre elas, 4 exportadoras de aves e de suínos) que foram suspensas, após determinação do Ministério da Agricultura brasileiro. Conforme levantamentos feitos pela ABPA, os embargos totais em vigor (oficialmente informados) representam o equivalente a 0,4% dos embarques de carne de aves e 0,2% das exportações de carne suína (conforme números de 2016).


Quase quatro meses após a Carne Fraca, hoje verificamos, nos mercados internacionais, níveis de exportação próximos ao período anterior à operação. Em junho, os embarques de carne suína foram superiores ao do mesmo período do ano anterior. No caso de aves, os embarques de junho seguiram em ritmo superior à média geral do ano anterior.


Ainda em aves, é notável uma expressiva retomada do ritmo das vendas desde os impactos decorrentes dos equívocos da divulgação da Operação Carne Fraca. Em relação a maio, o desempenho de junho, em toneladas, foi 6,2% superior.


Já em relação a abril, imediatamente após a operação, os embarques de junho deste ano apresentaram elevação de 15,1%. Nestes dois meses, os impactos decorrentes da Operação – especialmente em relação aos entraves logísticos resultantes dos dias de suspensão aplicadas logo após a divulgação da Operação, pouco antes da conclusão dos esclarecimentos apresentados pelo Ministério – foram absorvidos nas vendas internacionais. Os impactos na participação brasileira no mercado internacional foram mínimos.


Neste contexto, a menor oferta internacional de produtos decorrente de diversos fatores – como os focos de Influenza Aviária, inclusive, em diversos grandes exportadores – foram determinantes para uma melhora no preço internacional do setor, o que permitiu obter níveis de receita cambial favoráveis, especialmente neste momento em que nossas exportações se reorganizavam após as suspensões dos embarques. Conforme levantamentos feitos pela ABPA com base em dados informados pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), 22 países permanecem com focos ativos de Influenza Aviária. Desde novembro, 55 países registraram focos da doença.


Neste contexto, colabora com a situação da cadeia agroindustrial de aves e de suínos a boa oferta de milho e de soja – que, diferentemente do ocorrido em 2016, proporciona ao setor, neste ano, melhores condições de competitividade.


Com estes números, tendo em vista o corrente trabalho de recuperação da imagem internacional do setor (em um processo de recuperação das retrações registradas no 1° semestre), é possível prever um saldo final do ano com crescimento, em volumes, de 1% para carne de frango e para carne suína na comparação com o total realizado em 2016.


EXPORTAÇÕES DO 1° SEMESTRE DE 2017

CARNE SUÍNA


As exportações brasileiras de carne suína (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizou saldo de US$ 814,7 milhões entre janeiro e junho deste ano, número 28,5% acima do obtido no mesmo período do ano passado, de US$ 633,8 milhões. Este é o melhor desempenho cambial semestral dos únicos cinco anos.


Em toneladas, o total acumulado nos seis primeiros meses de 2017 chegou a 343,3 mil toneladas, número 2,8% inferior ao obtido no mesmo período do ano anterior, de 353,3 mil toneladas.

Em junho, os embarques totalizaram 64,1 mil toneladas, 4,6% a mais que o efetivado no sexto mês de 2016, com 61,3 mil toneladas. Já em receita, a elevação chegou a 26,9%, com US$ 156 milhões no sexto mês deste ano e US$ 122,9 milhões no mesmo período de 2016.


A Europa extra-União Europeia segue como principal destino semestral dos embarques de carne suína, com 138,6 mil toneladas entre janeiro e junho, volume 13,5% acima do alcançado nos seis primeiros meses de 2016. Em segundo lugar, a Ásia importou 118,4 mil toneladas, - 22,3% de retração, segundo o mesmo período comparativo. No terceiro posto, os países das Américas importaram 51,1 mil toneladas (+27%). Em quarto lugar, a África foi destino de 22,4 mil toneladas (-7,8%).


Os cortes foram os principais produtos importados nos seis primeiros meses, com 289,9 mil toneladas, número equivalente ao realizado no primeiro semestre de 2016. De miúdos foram exportadas 35,3 mil toneladas (-4,4%); de preparações, 4,7 mil toneladas (+3,6%); de enchidos, 4,5 mil toneladas (+9%); de carcaça, 3,8 mil toneladas (-66,2%); de gorduras, 3,4 mil toneladas (-28,3%); de tripas, 893 toneladas (-32,9%); de salgados, 489 toneladas (+80%); e de couros e peles, 115 toneladas (+14.573%).


FRANGO

A receita dos embarques de carne de frango (considerando todos os produtos, entre in natura, processados e embutidos) entre janeiro e junho deste ano superaram em 5,9% o total obtido no mesmo período do ano passado. Ao todo, foram US$ 3,585 bilhões em 2017, contra US$ 3,384 bilhões no ano anterior.


Em volume, houve retração de 6,4% na comparação entre o primeiro semestre deste ano e de 2016. No total, foram 2,121 milhões de toneladas entre janeiro e junho de 2017, frente a 2,266 milhões de toneladas no mesmo período do ano anterior.


Considerando apenas o mês de junho, houve retração de 9,9% nos volumes embarcados, com 370,9 mil toneladas no sexto mês deste ano e 411,8 mil toneladas no mesmo período de 2016.


Em receita, a queda foi de 6,4%, com total de US$ 619,5 milhões em junho deste ano, e de US$ 661,5 milhões em 2016.
Principal destino da carne de frango brasileira, o Oriente Médio importou 716,5 mil toneladas, volume 10% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado.


A Ásia, em segundo lugar, importou 667,6 mil toneladas, resultado 9,9% inferior, segundo o mesmo período comparativo. Já os embarques para a África cresceram 12,1% no primeiro semestre deste ano, totalizando 306,3 mil toneladas. Quarto principal destino, a União Europeia importou 173,2 mil toneladas no período, número 13,5% inferior ao obtido no mesmo período do ano passado.


Sobre os produtos, os cortes seguem como carro-chefe dos negócios,
com 1,299 mil toneladas embarcadas entre janeiro de junho, 4,4% menor em relação ao primeiro semestre de 2016. De produtos inteiros foram exportadas 626,2 mil toneladas, número 10,7% menor segundo o mesmo período comparativo. Os embarques de industrializados totalizaram 77,354 mil toneladas (-2,8%) e o de carnes salgadas, 77,313 (-11,5%).


OVOS

Os embarques de ovos (todos os produtos, entre in natura e processados) chegou a US$ 4,6 milhões, receita 53,5% menor em relação ao primeiro semestre de 2016, com US$ 10 milhões. Em volumes, a retração chega a 55,8%, com 3,3 mil toneladas neste ano, contra 7,4 mil toneladas no primeiro semestre de 2016.
Em junho, os embarques totalizaram 504 toneladas, 4,7% a menos que as 528 toneladas realizadas no sexto mês de 2016. No mesmo período comparativo, houve elevação de 6,4% na receita mensal, com US$ 850 mil em 2017 e US$ 798 mil no ano anterior.
 
 
Fonte: ABPA