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Terça, 10 Outubro 2017 13:06

Após seis meses, exportadores superam baque da carne fraca

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A forte retomada das exportações brasileiras de carne bovina no terceiro trimestre fez o país se recuperar dos estragos da primeira metade do ano, quando foi prejudicado pela Operação Carne Fraca.



Após o bom desempenho dos embarques em setembro, o volume exportado nos primeiros nove meses registrou avanço de 1,8%. Até agosto, as exportações ainda acumulavam leve queda na comparação com o mesmo período de 2016.



A tendência é que o ritmo dos embarques siga aquecido também no quarto trimestre, o que pode fazer com que as exportações cresçam 5% em 2017, de acordo com o sócio de pecuária da Agroconsult, Maurício Nogueira. Os indícios de outubro são positivos. Na primeira semana deste mês, a média diária dos embarques alcançou 5,3 mil toneladas, 25,8% mais que a média de outubro do ano anterior.



De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), os frigoríficos do país exportaram 135,5 mil toneladas de carne bovina (in natura, industrializada, miúdos, tripas e salgadas) em setembro, crescimento de 17% na comparação com o mesmo período de 2016. Entre janeiro e setembro, os embarques totalizaram 1,061 milhão de toneladas, ante as 1,042 milhão de toneladas dos primeiros nove meses do ano passado.



Em receita, o desempenho já era positivo há mais tempo, graças aos preços mais altos da carne exportada pelos frigoríficos do país. No mês passado, os exportadores obtiveram US$ 556 milhões com as vendas de carne bovina ao exterior, avanço de 17,4% na comparação anual. Com isso, o desempenho no acumulado do ano alcançou US$ 4,3 bilhões, 6,6% mais do que no mesmo intervalo do ano passado, segundo a Abiec.



Com a maior parte de suas compras destinadas ao mercado chinês, Hong Kong é o maior comprador do produto brasileiro. Entre janeiro e setembro, a cidade-Estado comprou 246,9 mil toneladas de carne bovina do Brasil, desembolsando US$ 938 milhões. Sendo assim, representou 23% do volume vendido pelo Brasil e 21,6% da receita auferida. Na comparação com o ano passado, as importações de Hong Kong significam um aumento de 21% em receita e de 12% em volume.

 


Na segunda posição entre os principais clientes dos frigoríficos brasileiros, aparece a China. No acumulado do ano, os chineses gastaram US$ 629,8 milhões para importar 146,5 mil toneladas de carne bovina. Com isso, as vendas à China aumentaram 32% em volume e 33% em receita. Juntos, Hong Kong e China representam 37% da carne bovina exportada pelos frigoríficos brasileiros.



Terceiro principal importador, a Rússia desembolsou US$ 375,1 milhões para importar 116,8 mil toneladas, aumento de 12% em volume e de 26% em receita na comparação anual. Com poucas opções para abastecer seu mercado devido às sanções desde a crise geopolítica da Crimeia, a Rússia foi um dos poucos clientes importantes que não embargou temporariamente a carne brasileira após a Carne Fraca.



Entre os dez maiores importadores da carne bovina brasileira, somente Egito, União Europeia e Chile reduziram as compras do produto brasileiro. No acumulado do ano até setembro, os egípcios importaram 104,6 mil toneladas, queda de 35,7% na comparação com as 162,7 mil toneladas de igual período do ano anterior, segundo a Abiec. Na mesma base de comparação, as exportações para o bloco europeu caíram 13,6% -a 75,7 mil toneladas -, ao passo que aos chilenos diminuíram 17,8%, para 43,9 mil toneladas.

 

Fonte: valor Econômico - Luiz Henrique Mendes