Segunda, 27 Novembro 2017 15:45

Cooperativas alcançam participação histórica nas exportações

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As exportações das cooperativas registraram em outubro a sua melhor participação percentual histórica na balança comercial, com 2,9%, equivalente a US$ 5,302 bilhões do total de US$ 183,46 bilhões vendidos pelo Brasil. O desempenho das cooperativas é concentrado em itens ligados ao agronegócio, como soja em grão, farelo de soja, carnes (em especial, aves e suínos), açúcar refinado e café em grão.

 

O montante exportado representa um crescimento de 20,8% em relação ao acumulado de 2016, mas não há expectativa de que seja batido o recorde histórico de 2012, quando foram exportados US$ 6,233 bilhões. "Os bons números refletem a maior profissionalização e gestão das cooperativas, em particular na industrialização", afirma Renato Nobile, superintendente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).

 

De acordo com dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), a presença das cooperativas tem se mantido estável nos últimos anos - são 232 em 2017, ante 234 no ano passado. "Operar no comércio exterior exige vultosos investimentos em estruturas profissionalizadas em logística e processamento industrial dos produtos, em função do padrão sanitário de qualidade exigido pelos países importadores", diz Herlon Brandão, diretor de estatísticas e apoio à exportação da secretaria do MDIC.

 

Algumas cooperativas aparecem entre os maiores exportadores nacionais, como a Copersucar (açúcar e etanol), que ocupa a 12ª posição, a Coamo (soja em grãos e farelo), 19º maior exportador, e Aurora Alimentos (aves e suínos), em 49º lugar.

 

Segundo Brandão, apesar da pequena participação no volume total, as cooperativas têm papel relevante em itens das exportações globais como carne de frango in natura (19,5%), café em grão (15%), carne suína (22,7%), açúcar refinado (36%) e cacau (60%). "A logística é facilitada nas que possuem terminais marítimos próprios, como Copersucar, no porto de Santos, e a Coamo, em Paranaguá", diz.

 

Com 28 mil cooperados e cinco milhões de hectares de área cultivada, a Coamo exportou 3,3 milhões toneladas, com receita de U$ 1,031 bilhão, resultado que deve se manter neste ano. Em 2019, a cooperativa deve dar sequência ao plano de investimentos de R$ 1 bilhão, anunciado em 2016.

 

Já a Cooxupé espera exportar 3,9 milhões de sacas, volume inferior ao de 2016 (4,1 milhões). A redução se deve às variações climáticas que influenciam a colheita do café em cada safra. A cooperativa exporta para 49 países, entre os quais estão Estados Unidos, Argentina, Japão e países da União Europeia. "Mantemos foco na qualidade, na identificação da procedência e rastreabilidade, visando retirar todas as impurezas do grão", afirma Carlos Alberto Paulino da Costa, presidente da Cooxupé, que investe R$ 50 milhões por ano na expansão e compra de equipamentos. Com 14,4 mil cooperados, 280 mil hectares de área cultivada e capacidade de armazenagem de 6 milhões de sacas a cooperativa faz suas remessas a partir do porto de Santos, onde há um escritório.

 

Fonte: Valor Econômico - Guilherme Meirelles