Terça, 29 Maio 2018 15:37

Setor avícola está entre mais afetados por paralisação

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No Paraná, maior produtor de carne de frango, 2,3 milhões de aves estão deixando de ser abatidas diariamente

O setor da avicultura brasileira está entre os mais afetados pela paralisação dos caminhoneiros, segundo análise do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. Além dos problemas que já afetavam a cadeia produtiva, como o embargo da União Europeia à carne de frango, os produtores agora lidam com a escassez de alimentos para abastecer as aves e a redução dos abate.

 

 

“Ainda que este seja um setor integrado, as negociações envolvendo o frango estão travadas”, afirmam os analistas. De acordo com o Cepea, muitos frigoríficos estão parados diante da falta de insumos, enquanto outros reduziram o abate devido à falta de espaço nos estoques, que não estão sendo escoados.

 

 

Colaboradores do Cepea indicam que têm alimentos para os animais até o meio desta semana e, por isso, muitos têm racionado a alimentação – cenário que deve reduzir a produtividade. Em cooperativas consultadas pela Avicultura Industrial, a informação é de que os animais estão recebendo alimentação reduzida também por esse motivo. É que, se os animais receberem a mesma quantidade de alimentos do período anterior à greve de caminhoneiros, passarão do peso comum para o abate. Em um dos casos, as aves já estão com um quilo a mais do que habitual.

 

 

Impacto em números

 

No estado do Paraná, maior produtor de carne de frango do País, até o fim da manhã desta terça-feira (29), segundo o Sistema Ocepar, 25 unidades frigorificas estavam com atividades suspensas. O problema atinge até mesmo as maiores cooperativas, como Copacol, C. Vale, Lar e Copavel.

 

 

Como resultado disso, 2,3 milhões de aves estão deixando de ser abatidas diariamente, conforme cálculos do Sistema Ocepar. Até que a paralisação seja contornada, pelo menos 50 mil funcionários estão temporariamente dispensados.

 

 

De acordo com o Cepea, o setor avícola é fortemente dependente do mercado internacional – quase 35% da produção brasileira da proteína é exportada – e o mercado enfrenta embargo por parte de um importante comprador, a União Europeia. Desse modo, “o atual contexto pode dificultar os recentes avanços em acordos estabelecidos com outros países demandantes da carne”.

 

 

Fonte: Redação AI