Todo avicultor almeja, depois do longo esforço empenhado na granja, que os lotes de frango alcancem o melhor rendimento e peso. Um fator fundamental é o aquecimento na fase inicial das aves, que foi tema do 4º módulo do Programa Anual de Capacitação de Avicultores – Qualificaves Frango de Corte, realizado dia 18 de julho, em Marechal Floriano.
O evento, promovido pela Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo (AVES), contou com a participação do supervisor técnico na área de ambiência da empresa Debona, o médico veterinário Renato Camilo Pasqual.
Segundo ele, depois de passar pelo incubatório – sob temperatura e umidade controladas por 21 dias –, os pintinhos nascem e tem início a responsabilidade em preparar as melhores condições para o seu desenvolvimento.
“Como fazer a ave alcançar 3kg em 45 dias? É preciso muita atenção com o aquecimento, especialmente nas duas primeiras semanas. Erros cometidos nessa fase não poderão ser corrigidos no futuro”, alertou o especialista.
O controle térmico é um elemento importante para o desempenho bioeconômico do lote, influenciando diretamente o tamanho da carcaça, o bom empenamento e a maturação dos sistemas orgânicos fundamentais. Um pintinho com abdômen proporcionalmente grande em comparação ao seu corpo no final da primeira semana é sinal de bom desenvolvimento do sistema gastrointestinal, o que lhe confere melhor desempenho e saúde.
“Nesse momento, o ganho de peito e músculo é insignificante em comparação com órgãos viscerais, moela, fígado e intestino, por exemplo”, esclarece.
É preciso oferecer uma zona de conforto térmico para os lotes, caso contrário pode haver desinteresse pelo alimento. Já ao chegar à granja, o pintinho deve ter o espaço preparado, aquecido e abastecido com água e ração a fim de despertar o extinto e expor todo seu potencial genético.
Nos primeiros dias a ave não consegue regular a temperatura corporal por si mesma. Por isso, a ambiência precisa favorecer que essa oscile entre 40 e 40,6º C. A temperatura da cama e do piso deve variar sempre entre 28 e 30º C, enquanto a umidade entre 50 e 70%. Além disso, a qualidade do ar para a correta ventilação precisa ser verificada.
Para o avicultor Valeriano Bolzan, a palestra reforçou informações importantes, tais como o aquecimento da cama.
“Ficou claro que aquecimento da cama é uma coisa e do ambiente, outra. Não há margem pra erro, pois a temperatura corporal do pintinho não pode variar muito. Qualquer erro redunda em prejuízo na saída do frango lá na frente”, afirmou.
Temperatura efetiva e escolha da máquina
O palestrante explicou ainda que a temperatura efetiva não deve ser medida pelo termômetro, mas pela combinação de temperatura do bulbo seco, da umidade relativa do ar e da velocidade do ar.
Outro ponto de suma importância é a escolha do sistema de aquecimento. “Não é somente o custo que deve ser levado em conta, mas a capacidade de produção de calor desse equipamento e as consequências que este sistema trará para a qualidade do ar e a cama do aviário”, ressaltou Renato.