Terça, 01 Março 2016 09:19

Milho: Nesta 3ª feira, preços testam ligeira reação na CBOT após quedas recentes

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Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho operam com ligeiras altas na manhã desta terça-feira (1), próximos da estabilidade. Por volta das 8h05 (horário de Brasília), as principais posições da commodity exibiam ganhos entre 0,50 e 1,50 pontos. O contrato março/16 era cotado a US$ 3,55 por bushel, enquanto o maio/16 a US$ 3,58 por bushel.

 

O mercado testa uma reação bem tímida, após fechar em queda nos últimos 5 pregões. Os analistas reforçam que o mercado permanece sem novas informações fundamentais que possam modificar o cenário de preços praticados em Chicago. Com isso, as cotações ainda acompanham os dados vindos do financeiro.

 

Ainda ontem, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou os embarques semanais de milho em 737,602 mil toneladas na semana encerrada no dia 25 de fevereiro. "O número é menor do que o reportado na semana anterior e abaixo do ritmo necessário para atender a previsão anual do departamento", disse Bob Burgdorfer, analista e editor do site Farm Futures.

 

Confira como fechou o mercado nesta segunda-feira:

 

Milho: Em Rio Grande, preço sobe 2,79% e fecha 2ª feira a R$ 44,20; no mercado interno, cotações seguem firmes

 

A segunda-feira (29) foi positiva aos preços do milho praticados no Porto de Rio Grande. A saca do cereal encerrou o dia a R$ 44,20, com alta de 2,79%. Em Paranaguá, as cotações futuras permaneceram estáveis, em R$ 35,50 a saca para entrega em setembro/16. Em Campo Novo do Parecis (MT), a cotação subiu 6,90%, com a saca a R$ 31,00, já em Tangará da Serra (MT), o ganho foi de 3,45% e a saca finalizou o dia a R$ 30,00. Em Cascavel (PR), a saca encerrou o dia a R$ 32,80, com leve alta de 0,92%.

 

Nas praças de Ubiratã e Londrina, ambas no Paraná, a valorização ficou em 0,61% e a saca a R$ 33,00. Nas demais regiões pesquisadas pela equipe do Notícias Agrícolas o dia foi de estabilidade. Além do dólar, as cotações no mercado interno continuam sustentadas em meio ao quadro ajustado entre oferta e demanda, conforme reforçam os analistas.

 

De um lado, as principais regiões produtoras do cereal na primeira safra, Sul e Sudeste, encontram certa dificuldade no avanço da colheita, em função das chuvas constantes. O cenário tem limitado a disponibilidade do grão no mercado disponível, que está bastante enxuto devido às exportações fortes registradas desde o segundo semestre de 2015, informou o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) nesta segunda-feira.

 

Inclusive, os embarques ainda estão firmes e somam 4.424,0 milhões de toneladas no acumulado em fevereiro, conforme reportou a Secex (Secretaria de Comércio Exterior) na semana anterior. O volume médio embarcado ficou em 340,3 mil toneladas do cereal. Paralelamente, as demandas interna e externa seguem fortes e os estoques estão mais baixos. "Quanto ao milho da segunda safra, o semeio segue intenso e a estimativa é de aumento na área, mas agentes estão receosos quanto ao clima e seus impactos sobre a produtividade", reportou a entidade em nota.

 

Ainda hoje, a INTL FCStone divulgou novos números sobre a demanda doméstica e as exportações da safra 2014/15. "Estimamos que a demanda doméstica de milho tenha sido maior, alcançando cerca de 57,5 milhões de toneladas. Essa demanda interna, aliada a exportações em 35 milhões de toneladas, levaria os estoques finais da safra 2014/15 para um nível bem mais baixo que as 10 milhões de toneladas estimadas pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), ficando em 4,36 milhões de toneladas", divulgou.

 

De acordo com a analista de mercado da consultoria, Ana Luiza Lodi, “essa disponibilidade menor de milho encontra outro agravante que é a grande distância entre produtores e consumidores, o que encarece e, muitas vezes, inviabiliza a negociação entre eles, provocando situações de escassez do grão em algumas regiões e elevação de preços”.

 

BM&F Bovespa

 

Diante da ligeira alta registrada no dólar nesta segunda-feira (29), os futuros do milho negociados na BM&¨F Bovespa encerraram o pregão em campo positivo. As principais posições do cereal ampliaram os ganhos ao longo do dia e fecharam a sessão com valorizações entre 0,62% e 1,58%. O vencimento março/16 rompeu o patamar de R$ 44,00 a saca, cotado a R$ 44,07 a saca. Já o setembro/16, referência para a safrinha encerrou a R$ 37,17 a saca.

 

Por sua vez, a moeda norte-americana encerrou o dia a R$ 4,0035 na venda, com ganho de 0,15%. De acordo com informações da agência Reuters, o câmbio tem sido influenciado pelo cenário externo favorável e pela ressaca após a intensa e recente pressão no cenário local, que tem levado alguns analistas a rever suas apostas na continuidade de valorização do dólar. Em fevereiro, a moeda acumulou queda de 0,52% depois de acumular alta de 4,18% nos três meses anteriores.

 

Bolsa de Chicago

 

Na contramão dos ganhos registrados no Brasil, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) tiveram um início de semana negativo. As principais posições do cereal estenderam as perdas durante a sessão e encerraram o dia com desvalorizações entre 1,00 e 2,75 pontos. O vencimento março/16 era cotado a R$ 3,53 por bushel, enquanto o contrato maio/16 era negociado a US$ 3,57 por bushel. O mercado recuou pelo 5º pregão consecutivo no mercado internacional.

 

Diante da falta de informações, o mercado segue acompanhando os dados vindos do financeiro. "As cotações recuaram devido a uma falta de demanda. Traders também acompanharam um movimento de venda por parte dos fundos para a aquisição de lucros, típico de final de mês", informou o site Agricultre.com.

 

Hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou novo boletim de embarques semanais. Na semana encerrada no dia 25 de fevereiro, os embarques de milho somaram 737,602 mil toneladas, frente as 908,810 mil toneladas da semana passada. Mesmo assim, o volume total ficou dentro das expectativas dos participantes do mercado, entre 640 mil e 790 mil toneladas do cereal.

 

Em toda a campanha, os embarques dos Estados Unidos somam 14.760,384 milhões de toneladas, enquanto na temporada 2014/15, nesse mesmo período, o total era de 18.586,618 milhões.

 

Ainda assim, o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, destaca que a demanda da China pode ganhar força a partir de março. "Devemos ter um reflexo nos preços da soja em Chicago, o que traz impacto no milho também. E as importações chinesas de milho em janeiro e fevereiro foram fracas e devem voltar ao mercado em março, apesar de não ser um grande comprador. E também temos o Japão, maior importador mundial, que teve um início de ano mais lento e deve voltar a comprar a partir de agora, o que deve ser benéfico às cotações no mercado internacional", explica.

 

Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas