Terça, 10 Novembro 2020 17:41

Ministério da Agricultura valida método de diagnóstico da Peste Suína Africana

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Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Affas) treinados no laboratório de referência da União Europeia em Madri, Espanha, validaram métodos de diagnóstico da Peste Suína Africana (PSA) utilizados pela Rede de Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária (LFDAs). O anúncio foi feito pela Secretaria de Defesa Agropecuária. Com a validação, o país está preparado para atuar caso a doença seja introduzida no território – livre da PSA desde 1984.

 

A rede de laboratórios trabalha desde 2015 para padronizar e verificar seus métodos e concluiu agora a validação completa das técnicas moleculares para diagnóstico da doença. A preparação é de grande importância em meio ao número de surtos da Peste Suína Africana pelo mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), são 7.642 surtos em andamento, sendo que 131 novos casos foram registrados na segunda quinzena de outubro.

 

“É uma necessidade. Há uma grande quantidade de voos que chegam desses países e as pessoas trazem comida na bagagem, como linguiça e outros embutidos” conta o Affa Leandro Barbiéri, da Coordenação-Geral de Laboratórios Agropecuários. “Por mais que os países alertem e fiscalizem, sempre há a chance de algum material contaminado passar e o vírus acabar chegando até as granjas de criação de suínos”, continua.

Caso os serviços de fiscalização detectem casos suspeitos da PSA em campo, eles coletam material para análise e o enviam para o LFDA em Minas Gerais, referência na doença. Como existem outras infecções com sintomas parecidos, apenas o exame laboratorial pode confirmar ou descartar a suspeita. A análise pode ser feita por ensaios sorológicos, ensaios moleculares de PCR e pelo isolamento de vírus em células, sendo a PCR a mais recomendada e utilizada para diagnóstico. Dessa forma, o papel dos laboratórios é estratégico e define as ações que devem ser tomadas para o controle da doença.

 

É importante lembrar que, apesar da Peste Suína Africana não atingir humanos, ela é devastadora para as criações de suínos e pode levar ao sacrifício de milhares de animais e à suspensão das exportações, causando grave impacto econômico.

 

“O papel dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Affas) nesse processo é fundamental. Os dois que realizaram treinamento no Centro de Investigación en Sanidad Animal na Espanha possuem doutorado e são extremamente capacitados em virologia e diagnóstico”, diz Leandro. “É uma grande responsabilidade assinar um laudo de validação como esse, bem como um relatório de ensaio oficial. O Affa tem que estudar, checar, conferir, treinar, trazer a tecnologia, verificar se os métodos estão bem validados e estar muito atento na execução do ensaio laboratorial e na emissão do resultado. Não há como abrir mão desses profissionais nos laboratórios”, finaliza.

 

Fonte: Anffa Sindical