Segunda, 23 Maio 2016 10:43

Com mais carnes, balança comercial do Brasil com China melhora

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A balança comercial do agronegócio entre chineses e brasileiros, que parecia estremecida devido aos problemas econômicos em ambos os países, ganhou ritmo neste ano.

 

O apetite chinês se manteve, e o agronegócio rendeu US$ 6,6 bilhões para os brasileiros no primeiro quadrimestre, 49% mais do que em igual período anterior.

 

Além da tradicional soja, entram com mais força na lista das exportações brasileiras as carnes e o milho.

 

Do lado chinês, vêm alho, feijão, cebolas secas e muito peixe e frutos do mar.

 

A incorporação de novos produtos agropecuários na pauta de exportação brasileira, além de um volume maior de vendas das commodities tradicionais, permitiu que o país tivesse um bom saldo nos quatro primeiros meses deste ano com os chineses.

 

No primeiro quadrimestre do ano passado, foram os chineses que tiveram superavit.

 

As exportações totais do Brasil para a China somaram US$ 11,3 bilhões até abril, volume financeiro vindo basicamente das tradicionais três commodities: soja, minério de ferro e petróleo.

 

Juntas, somaram US$ 8,3 bilhões, 73% das vendas totais para o país asiático. As importações brasileiras totais atingiram US$ 7,4 bilhões.

 

As carnes ganharam espaço devido a acordos firmados no ano passado entre os dois países. Só nos quatro primeiros meses, as receitas brasileiras atingiram US$ 508 milhões. É um setor que deverá crescer nos próximos anos.

 

As receitas com as exportações de carnes no primeiro quadrimestre superam em 200% as de igual período de 2015. A China comprou 221 mil toneladas de proteínas, 148% mais do que em igual período anterior.

 

A avicultura, principal componente entre as proteínas, colocou 150 mil toneladas no país asiático, 68% mais do que em 2015.

 

Já as exportações de carnes bovina e suína, pouco expressivas em 2015, também ganharam força, conforme dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

 

Apesar do aumento das receitas do agronegócio neste ano, em relação a 2015, o valor ainda é inferior ao de 2014, quando os preços internacionais eram mais elevados. Naquele ano, as exportações renderam US$ 7,2 bilhões.

 

A FORÇA DO MILHO

 

O milho também é um produto que se firma na lista das importações dos chineses. As tradings vieram ao Brasil e levaram 96 mil toneladas do cereal, 88% mais do que em igual período de 2015.

 

Os chineses se interessaram mais também pelo suco de laranja do Brasil e pelo óleo de amendoim, cujos crescimentos de volume exportados foram de 33% e 71%, respectivamente.

 

Já o óleo de soja perde espaço no mercado chinês. Até abril deste ano, as vendas externas brasileiras para os chineses recuaram para 7.017 toneladas, após terem atingido 157 mil toneladas em 2012. A partir dessa data, as quedas foram constantes.

 

O QUE VEM

 

A líder brasileira em exportações foi a soja, com altas de 65% no volume e de 48% nas receitas. Já o minério de ferro teve um volume 27% maior, mas queda de 20% nas receitas. O petróleo também tem volume maior (mais 19%), mas queda nas receitas (menos 26%). As exportações de açúcar recuaram para 529 mil toneladas, 27% menos.

 

Etanol

 

O preço do combustível recuou para R$ 2,307, em média, nesta semana na cidade de São Paulo, conforme pesquisa semanal da Folha em 50 estabelecimentos.

 

Gasolina

 

A queda do etanol foi de 0,5% na semana. Já a da gasolina, que recuou para R$ 3,516 por litro, foi de 0,58%. Com os novos valores, o etanol vale 65,6% do preço da gasolina.

 

Corte no milho

 

A Safras & Mercado reduziu a safrinha de milho para 52,1 milhões de toneladas. A estimativa indica um corte de 3,9 milhões de toneladas ante a anterior.

 

Crédito

 

O volume financeiro na carteira de investidores de CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) na Cetip cresceu R$ 2,6 bilhões e ultrapassou R$ 9 bilhões.

 

Empresas

 

O movimento ocorreu graças a operações de cinco empresas. Entre elas, a BRF (R$ 1 bilhão), a Suzano (R$ 675 milhões) e a Duratex (R$ 600 milhões).

 

Fonte: Folha de S. Paulo - Mauro Zafalon