Terça, 31 Maio 2016 08:34

Avicultores e Suinocultores Capixabas participam de Missão Técnica em busca de alternativas de abastecimento de milho

Avalie este item
(0 votos)

Na última semana representantes da AVES e ASES participaram de Missão Técnica a Argentina. A comitiva formada por representantes capixabas da avicultura de frango de corte e produção de ovos, suinocultura, pecuária de leite e corte, foi liderada pelo Secretário de Estado da Agricultura Octaciano Neto e teve como objetivo a busca de alternativas para abastecimento de milho através da realização de contatos com empresas fornecedoras e produtoras de milho, além de autoridades e representantes de instituições ligadas ao segmento de produção do grão daquele país.


Além da Argentina o grupo foi ao Uruguai onde foram realizados contatos com empresas e instituições publicas e privadas relacionadas ao setor pecuário de corte e leiteiro, além de contatos com empresas ligadas aos setores de aves, ovos e suínos. A importação de carne bovina, fornecimento de café pelo Brasil através do Espírito Santo e a difusão do turismo capixaba e uruguaio, além da discussão do mercado e da economia daquele país, foram os principais temas debatidos.


Já na Argentina, com o foco nas opções de fornecimento de milho, foram realizadas várias reuniões e constadas que o país possui uma colheita em andamento, e que está desacelerada em razão da prioridade dada a colheita da soja neste momento. De acordo com o Diretor Executivo da AVES – ASES, Nélio Hand, que acompanhou  a comitiva capixaba, mais de 70% do milho argentino está para ser colhido. ”Além dos entraves que aquele país enfrentou com as fortes chuvas em março e abril, hoje a prioridade é a soja, já que o milho tem uma resistência maior e pode ainda permanecer no pé”, destacou.


Nélio relatou ainda que de acordo com as informações colhidas nas reuniões realizadas pela comitiva, a Argentina exportou até agora cerca de 5 milhões de toneladas de milho, dentro  das 18 milhões de toneladas previstas  para 2016, já que as regras das cotas foram retiradas pelo atual governo. “Conversamos com autoridades do Ministério da Agricultura local e foi informado que esse volume a ser exportado pode até ultrapassar essas 18 milhões de toneladas”, enfatizou o executivo.


Entre os vários encontros, ocorreram reuniões com a Associação de Cooperativas Argentinas C.L. (ACA), o Centro de Exportadores de Cereais (CIARA-CEC), a Bolsa de Cereais, Associação de Milho e Sorgo Argentino e o Ministério da Agricultura.


Hand enfatiza que as informações obtidas durante as conversas com os representantes argentinos dão base para que novas operações de importação possam ocorrer no segundo semestre de 2016. De acordo com o representante da AVES e ASES pode se estimar que o volume de milho a ser importado nos próximos seis meses pode totalizar 150 mil toneladas neste ano.


“Há 10 dias realizamos a compra de 25 mil toneladas de produto que deverá chegar até julho, e já estamos analisando o mercado e trabalhando para organizar uma segunda tomada de preços onde deverá ser fechada mais uma carga. Essa primeira carga tem a participação de outros setores, além da avicultura e suinocultura local. Com a ida do grupo a Argentina vimos que as próximas composições terão também uma participação maior de outros segmentos da agropecuária capixaba, como o setor leiteiro de bovinos de corte”, relatou.


A importação do milho é uma alternativa frente à dificuldade encontrada pelos produtores capixabas para garantir o abastecimento, além de tentar minimizar a pressão sobre o preço do produto no mercado interno que vem apresentando escassez, mas também está muito especulado. Nos últimos dias o custo do milho ultrapassou os R$ 60,00 por saco deixando a produção de aves, ovos e suínos insustentável, pelo alto custo do insumo, assim como está ocorrendo em boa parte do país.

 

De acordo com informações da AVES e  ASES a importação do produto é possível graças a uma lei aprovada pelo Governo do Estado que isentou de ICMS as operações de importação, assim como foi feito no início da década de 2000, quando também foram realizadas várias operações de importação. A medida solicitada já ocorre em outros estados importadores, tanto do Sul do País, quanto do Nordeste, especialmente.

 

Um outro ponto destacado pelas entidades está relacionado ao frete da operação. Enquanto que para trazer um saco de milho do Mato Grosso, por exemplo, se tem um gasto de até R$ 15,00 por saco, o custo da operação de transporte do milho argentino não fica maior do que R$ 6,00 por saco do produto posto na granja.

 

Para o Secretario de Agricultura do ES, Octaciano Neto, a Missão Técnica foi um sucesso, pois além de buscar as alternativas de milho para os setores do agronegócio capixaba na Argentina, foram realizados vários contatos no Uruguai que poderão se tornar em oportunidades para o Espírito Santo. “Fomos muito bem recebidos pelos dois países. É importante ressaltar que além do nosso esforço em buscar organizar essa missão, um trabalho muito importante foi realizado pelas Embaixadas do Brasil naqueles dois Países. O Embaixador no Uruguai, Hadil da Rocha-Vianna, nos recebeu pessoalmente e pudemos tratar com ele vários assuntos importantes que trarão também outras alternativas para o ES, além do milho importado”, destacou.

 

Octaciano ainda destaca a preocupação dos setores do agronegócio capixaba frente ao período critico com o abastecimento de milho. “O governo Paulo Hartung está pautado em fortalecer as cadeias produtivas para que possam passar por esse momento critico em que vivemos em nosso país. Manter nossos setores da economia capixaba produzindo, gerando emprego e renda é de suma importância”, enfatizou.

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Comunicação AVES - ASES