Terça, 31 Maio 2016 14:28

Competição acirrada no mercado de frango internacional reduz preços da carne

Avalie este item
(0 votos)

O retorno mais rápido que o esperado da carne de frango dos Estados Unidos aos mercados internacionais, após resolvidos casos de gripe aviária no país, acirrou a competitividade global e provocou redução de preços, informaram analistas do Rabobank em relatório divulgado à imprensa na segunda-feira (30).

 

Os exportadores brasileiros estão entre aqueles que reduziram os preços de seus produtos nos mercados internacionais, como forma de defender suas fatias de mercado. Alguns dos principais recuos ocorreram para carne de peito (-6%), coxa (-20%) e carne processada (-20%).

 

“Isso está afetando margens das empresas altamente expostas ao comércio (exterior), em países como Brasil, Argentina, Tailândia e Japão”, escreveram os analistas do banco.

 

“Acreditamos que essa situação irá continuar, com esperadas reduções na oferta por parte da Ásia e do México compensando parte dos impactos negativos das concessões de preços.”

 

Os analistas acrescentaram que os altos custos de milho para nutrição animal também têm afetado as margens dos frigoríficos brasileiros. Nessa competição, os produtores brasileiros ainda conseguiram defender sua participação de mercado internacional na disputa com Tailândia e China, elevando exportações para União Europeia, Japão e Oriente Médio.

 

“A luta do Brasil para equilibrar os mercados será um fator importante para o desempenho global nos próximos meses”, informou o Rabobank, ao acrescentar que, no passado, a indústria brasileira provou ter disciplina para se recuperar.

 

O Rabobank acrescentou que a perspectiva para o mercado global de carne de frango continuará desafiadora, com aumento da participação dos exportadores dos Estados Unidos nos mercados internacionais.

 

“A recente apreciação do real brasileiro, do euro e do iene japonês em relação ao dólar dos EUA irá alterar a competitividade novamente”, avaliaram os analistas do Rabobank.

 

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) já havia defendido na semana passada a manutenção do dólar no patamar de R$ 3,50, alertando que exportadores brasileiros de carnes de frango e suína perderão competitividade no mercado internacional com a valorização do real.

 

Exportações aquecidas de carnes de frango e suína brasileiras têm colaborado para mitigar os efeitos negativos da redução do consumo no mercado doméstico.

 

Fonte: CarneTec Anna Flávia Rochas