Sexta, 17 Junho 2016 11:23

Milho: mercado testa reação e exibe ligeiras altas no pregão desta 6ª feira em Chicago

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Após dois pregões consecutivos de perdas na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho voltaram a trabalhar em campo positivo no início da sessão desta sexta-feira (17). As principais posições da commodity exibiam ganhos entre 2,75 e 3,75 pontos, por volta das 8h19 (horário de Brasília). O vencimento julho/16 era cotado a US$ 4,29 por bushel e o março/17 a US$ 4,44 por bushel.

 

As cotações da commodity esboçam uma reação depois das perdas registradas recentemente. Ainda ontem, o mercado acabou sendo pressionado pelas perspectivas de melhora no clima nos Estados Unidos. De acordo com as agências internacionais, os mapas climáticos voltaram a indicar chuvas mais regulares no Meio-Oeste do país nas próximas semanas.

 

Além do clima, as informações negativas vindas do mercado financeiro também pesaram nos preços do cereal. Diante das incertezas, os investidores ficam mais cautelosos e com maior aversão ao risco. Os participantes do mercado acompanham os dados sobre a permanência ou não do Reino Unido na Zona do Euro. Paralelamente, o comportamento do dólar e, principalmente, dos preços do petróleo continuam sendo observados de perto e influenciam os negócios em Chicago. Por outro lado, a demanda firme pelo produto norte-americano também continua em pauta.

 

Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira

Milho: Mercado consolida movimento negativo e fecha em queda pelo 2º pregão consecutivo em Chicago

O pregão desta quinta-feira (16) foi negativo aos preços do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições da commodity encerraram o dia com desvalorizações entre 3,50 e 3,75 pontos. O contrato julho/16 era cotado a US$ 4,25 por bushel, enquanto o dezembro/16 era negociado a US$ 4,35 por bushel. Já o março/17 fechou o dia a US$ 4,40 por bushel. As cotações do cereal recuaram pela 2ª sessão consecutiva.

 

Conforme informações do noticiário internacional, as cotações futuras do milho foram pressionadas pelos dados vindos do mercado financeiro. O que fez com que os investidores mais cautelosos e com maior aversão ao risco. Um deles é a permanência ou não do Reino Unido na Zona do Euro, e de outros países já confirmados. A forte queda do petróleo também acaba pesando sobre os preços do cereal.

 

Na tarde desta quinta-feira, o petróleo recuava mais de 4%, cotado próximo de US$ 45,98 o barril. No caso do petróleo, as perdas acabam comprometendo a competitividade do setor de etanol nos EUA, no qual, o biocombustível é produzido a partir do milho. Nesta temporada, em torno de 134,63 milhões de toneladas do grão serão destinados à produção de etanol no país, segundo dados oficiais do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

 

Do mesmo modo, a alta do dólar registrada no mercado internacional também ajuda a trazer mais pressão aos preços. A moeda trabalhou em campo positivo, após o Federal Reserve, banco central norte-americano, ter deixado inalterada a taxa de juros nos EUA. Ainda assim, a entidade sinalizou que dois aumentos ainda poderão ocorrer ao longo de 2016.

 

Para completar esse cenário, as previsões climáticas indicando condições mais favoráveis ao desenvolvimento da nova safra norte-americana ajudaram a manter os preços em queda nesta quinta-feira. Após rumores sobre o clima mais seco, os mapas voltaram a mostrar chuvas. "As previsões climáticas foram se tornando mais favoráveis para os grãos nesta semana. Mostrando as temperaturas normais até o dia 25 de junho", reportou o site AgWeb.

 

Até o momento, em torno de 75% das lavouras de milho apresentam boas ou excelentes condições nos EUA, conforme último boletim de acompanhamento de safras do USDA, divulgado no início da semana. Os investidores seguem atentos ao clima, já que, principalmente no mês de julho, as lavouras entram em fase de polinização, quando se define o potencial produtivo das plantações.

 

Ainda hoje, o departamento norte-americano reportou novo relatório de vendas para exportação. Na semana encerrada no dia 9 de junho, as vendas do cereal da safra velha ficaram em 909,7 mil toneladas, sendo 39% menos do que na semana anterior e 36% em relação à média das quatro semanas anteriores.

 

Mesmo com a queda, o número ficou dentro das apostas dos participantes do mercado, 900 mil a 1,2 milhão de toneladas. Da safra 2016/17 temporada norte-americana foram vendidas apenas 178,7 mil toneladas, a maior parte para compradores não revelados, e abaixo do intervalo esperado de 200 mil a 400 mil toneladas.

 

BM&F Bovespa

Na BM&F Bovespa, o pregão desta quinta-feira (16) também foi de queda aos preços do milho. As principais posições do cereal fecharam a sessão com desvalorizações entre 0,34% e 1,87%. O vencimento julho/16 era cotado a R$ 45,73 a saca e o setembro/16, referência para a safrinha brasileira, era negociado a R$ 42,17 a saca. Em Paranaguá, a saca do cereal para entrega em setembro/16 caiu 1,32%, cotada a R$ 37,50.

 

Além da influência da queda dos preços no mercado internacional, os analistas reforçam que, nesse instante, o andamento da colheita da segunda safra pressiona as cotações. Nos principais estados produtores do grão na safrinha, Mato Grosso e Paraná, os trabalhos nos campos já estão completos em mais de 5% da área cultivada nesta safra.

 

E, apesar da quebra na safra devido ao período seco e com altas temperaturas em abril e as recentes geadas, o país ainda poderá colher uma safra próxima de 49,9 milhões de toneladas na safrinha, conforme números oficiais da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Em relação às geadas, os prejuízos ainda serão levantados nos próximos dias, especialmente no Paraná, onde em muitas localidades o evento climático ocorreu por vários dias. E, agora as preocupações são com as chuvas previstas, o que poderia aumentar as perdas já registradas, de acordo com os analistas.

 

A expectativa é que os valores praticados no mercado interno se acomodem em patamares mais baixos. Em recente entrevista ao Notícias Agrícolas, o consultor de mercado, Ênio Fernandes, ressaltou que a janela de compras para os consumidores deverá ser curta. "A janela deverá ser curta, pois grande parte dos produtores deverá colher e armazenar o produto. Com isso, teremos uma queda de braços e os agricultores irão entregar o milho pontualmente. Já os demandadores terão que estimular as vendas com preços mais altos", disse.


Fonte: Notícias Agrícolas - Fernanda Custódio