Segunda, 29 Agosto 2016 11:52

Influenza Aviária: prevenção e contingência são necessárias para evitar um surto no país

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Desde 2003, a Influenza Aviária (IA) passou a ser uma das grandes preocupações mundiais. Natural de animais, o vírus também ataca o ser humano com o mesmo grau de devastação. O passado, presente e o futuro da IA foram debatidos no 11º Simpósio de Avicultura da ACAV, que aconteceu em Florianópolis e apontou estratégias de prevenção e de contingência, caso a doença chegue em terras brasileiras.

 

A primeira especialista a se apresentar foi Masaio Mizuno,
professora sênior de epidemiologia das doenças infecciosas da USP.

 

De acordo com ela, a capacidade de mutação é o grande desafio para a ciência e que torna o vírus um dos mais temíveis dentre os conhecidos agentes de doenças. “A mutação confere ao vírus da IA elevada flexibilidade e infectividade para os seres humanos, suínos, equínos e aves. Em apenas 1g de fezes pode conter até 14 mil partículas de vírus da IA e somente 100 partículas já são suficientes para infectar”, alerta Masaio.

 

Com esse dado, fica clara a importância da higiene. Essa foi a orientação de Robert Bragg, doutor e professor da University of the Free State da África do Sul e um dos palestrantes do evento.

 

"Devido ao fato da vacinação não ser possível, e o uso de antibióticos, obviamente, não ter efeito sobre o vírus, a única opção de controle que resta é boa biossegurança. A seleção dos produtos que serão aplicados em programas de desinfecção contínua é essencial e qualquer produto utilizado deve ter dados de segurança comprovados cientificamente”, destaca.

 

O painel sobre Influenza Aviária contou também com Taylor Barbosa, que contextualizou o surto dos Estados Unidos, de 2014 a 2016 e apontou a importância da agilidade em caso de diagnóstico positivo. “Com o surto americano aprendemos que pessoas e suporte são a chave para o sucesso. O maior desafio é termos pessoas treinadas, qualificadas e preparadas para lidar com essa situação”, afirma.

 

Barbosa relembrou ainda que os frangos de corte não foram afetados e as hipóteses para isso podem ser: resistência genética, tipos de produção e diferenças de biosseguridade. Em compensação, houve um despovoamento de 7,5 milhões de perus e 42,1 milhões de aves de postura e um custo para os cofres americanos de mais de US$ 950 milhões.

 

O diretor de relações institucionais da ABPA, Ariel Mendes, abordou as ações de prevenção brasileiras e os próximos passos: “Até o fim do ano nossa ideia é que as granjas se adaptem as novas normas que estão em discussão, principalmente a colocação de telas em granjas e a blindagem das águas”. E para fechar o painel, orientou sobre os seis passos da prevenção:

 

1. Permita somente a entrada de pessoas autorizadas. O simples contato de uma vestimenta contaminada pode contaminar o lote. Não visite outras granjas.
2. Lave e desinfete pneus, chassis e esteiras de todos os veículos. Evite emprestar ou pedir emprestado equipamentos.
3. Use sempre calçados e roupas limpas ao entrar na propriedade e os desinfete com frequência durante o trabalho.
4. Evite contato com outras espécies de aves. Como patos, marrecos, gansos, perus, pássaros silvestres; bem como outras espécies de animais, como cães e gatos.
5. Não utilize água de rios ou fontes descobertas. Utilize água tratada para consumo das aves e para nebulização.
6. Na presença de sinais de doenças nervosas e respiratórias, ou em casos de morte repentina e em curto período de grande quantidade de aves, consulte e informe um veterinário.


Fopnte: AviSite -ACAV