Quarta, 05 Outubro 2016 12:22

SUINOCULTORES COBRAM MEDIDAS DE APOIO DO GOVERNO

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Audiencia ABCS

 

A Câmara dos Deputados em Brasília foi palco ontem (04) de um forte movimento da suinocultura brasileira em busca de alternativas para a atual crise no setor. Lideranças da cadeia produtiva, deputados da Frente Parlamentar da Suinocultura e representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Ministério da Fazenda, Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) debateram o atual cenário da produção suinícola no país e apresentaram propostas de medidas que possam auxiliar os produtores nesse momento de dificuldade.

 

O presidente da ABCS, Marcelo Lopes, deu início à discussão apresentando um panorama da crise na suinocultura desde quando iniciou em janeiro de 2016 e também comentou as baixas perspectivas do mercado interno para 2017. Segundo ele, de janeiro a setembro deste ano, o setor já acumula R$ 2,4 bilhões de prejuízo. “Talvez essa seja a maior crise dessa década não só para os produtores, mas também para a indústria de uma forma geral e infelizmente não estamos vendo uma solução a curto prazo. Pelas nossas perspectivas esse quadro só vai começar a mudar em julho do próximo ano, com a entrada da safrinha, então é necessário adotar medidas emergenciais para que a cadeia não sofra perdas sem precedentes”, disse.

 

Na ocasião, Lopes ainda comentou os principais pleitos que vem sendo defendidos pelo setor e que ainda não tiveram reposta por parte do governo, entre eles a isenção do PIS/CONFINS para importação de milho, a prorrogação dos custeios pecuários para suinocultores e a renegociação da resolução nº 4.119/2012, que foram negados; além do aumento do limite de venda de milho balcão e da prorrogação de linha crédito para retenção de matrizes, que foram parcialmente atendidos e são pouco efetivos para solucionar a crise. “Uma das principais medidas que hoje defendemos é a importação de milho dos Estados Unidos. Segundo o Mapa, haverá uma reunião ainda essa semana com a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) e parece que as negociações estão bem avançadas e, sendo feito isso, acredito que sejam resolvidos grande parte dos problemas em relação a custo de produção. Além disso, temos o pedido da inclusão de uma linha de crédito específica para retenção de matrizes no Plano Agrícola Pecuário”, completou Lopes.

 

Presente na audiência pública o deputado Valdir Colatto (PMDB/SC) defendeu a importação de milho dos Estados Unidos como uma das medidas emergências de apoio ao setor suinícola. “Estamos em cima da CTNBio para que essa questão seja resolvida. Não é possível que a suinocultura tenha que pagar o preço de uma falta de gestão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que não soube administrar os estoques públicos de milho”.

 

Losivanio Luiz de Lorenzi, presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), falou da situação críticas dos suinocultores de Santa Catarina e criticou a falta de tomada de decisão do governo. “É lamentável que tantas vezes a gente tenha vindo aqui e não consigamos resolver essas questões. Vivemos de promessas e infelizmente hoje a realidade é que a produção de suínos está morrendo”, destacou.

 

Para José Arnaldo Penna, vice-presidente da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), o resultado da audiência pública foi positivo. “Achei válida essa audiência de hoje. Saio daqui mais animado do que de outras vezes, principalmente pela expectativa de conseguirmos a liberação da importação de milho dos Estados Unidos. Acho que se conseguirmos que esse pleito seja atendido ganharemos um fôlego a mais para continuar trabalhando”.

 

O diretor Executivo da ASES e AVES, Nélio Hand fez um apelo sobre as dificuldades encontradas pelos suinocultores e avicultores capixabas em se manterem produzindo, chamando a atenção das autoridades no sentido de desenvolverem políticas que possam garantir o abastecimento dessas atividades. “O Espírito Santo consome em média de 80 a 90 mil toneladas de milho ao mês (somente avicultura e suinocultura consomem mais de 60 mil toneldas), e nós chegamos a ter custo do grão chegando a R$ 62,00 a saca. Isso é um absurdo frente a situação de abastecimento que existe no país. Como alternativa de contornar a alta do preço do milho viabilizamos a importação da matéria prima, na tentativa de minimizar as perdas, e dessa forma equilibrando o mercado. É inadmissível que o país, com o tamanho do Brasil, tenha perspectivas tão ruins em relação ao abastecimento de milho. As informações que nós temos no mercado dão conta que teremos um estoque de passagem de 5 mi de ton e a maior  parte na mão dos compradores, ou seja, nós precisamos começar a trabalhar estoques reguladores, garantindo com isso o abastecimento, o fornecimento e a produção”, frisou.

 

Fonte: ABCS

Última modificação em Sexta, 07 Outubro 2016 10:24