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Sexta, 25 Novembro 2016 13:52

Qualificases enfatiza bem-estar animal na produção de suínos

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Nathalia Site

 

No dia 24/11, a Associação de Suinocultores do Espírito Santo (ASES) promoveu em parceria com a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), o último módulo do Qualificases ciclo 2016. A palestra teve como tema “A importância do bem-estar na produção de suínos”, e foi ministrada por Nathália Veras, Consultora Comercial em Suinocultura da Ourofino Saúde Animal. O encontro foi realizado no Restaurante Santa Luzia em Conceição do Castelo e reuniu um total de 50 participantes.


Nathália explicou que o bem-estar animal é um conceito amplo que considera dentro de diversos aspectos a qualidade física e mental do animal.  Ela afirmou que por volta de 1883 a União Européia elegeu um comitê para que se fizesse uma avaliação do que estava ocorrendo de maus tratos com animais, onde foram avaliados 5 aspectos: sede, fome, conforto térmico e má alimentação.


“Quando se fala ambiência, se percebe que dentre os muitos fatores relacionados, o conforto térmico é algo que deve ser fornecido adequadamente aos animais, influenciando diretamente no seu bem-estar. O suíno é um animal homeotérmico, que retém calor, portanto a manutenção da qualidade da temperatura ideal para os animais é essencial para que ocorra a melhora da produtividade. Sendo assim, a ambiência exerce grande influência na adaptação ao ambiente no qual o animal se encontra inserido”, frisou.


Outra questão que deve ser considerada quando se fala em bem-estar animal é a qualidade em relação à infra-estrutura e as instalações da granja. A palestrante afirma que na maioria das vezes os acertos a serem feitos são mínimos e tendem a proporcionar evolução da produção no momento em que as melhorias são implementadas. São fatores que ao final do processo beneficiam o aumento da qualidade da carne suína.


Uma característica interessante dos suínos é que são homeotérmicos, ou seja, quando em situações de estresse térmico, onde ocorre a queda de temperatura, realizam a termorregulação com objetivo de manterem sua temperatura em equilíbrio. Neste sentido, pesquisas apontam que linhagens genéticas atuais produzem em média 20% a mais de calor do que linhagens dos anos 80. Nathália explicou que esse estresse térmico pode inclusive prejudicar na conversão alimentar do animal, provocando com isso a demora no seu ganho de peso.


Sobre o bem-estar animal na maternidade, deve haver certos cuidados como banho coletivo sem água pressurizada, em horários mais frescos do dia, os animais devem ser conduzidos com tranqüilidade, sendo transferidos por linha de alojamento. É sempre importante estar atento as fêmeas com necessidades especiais, fazendo com que seu transporte ocorra da melhor forma possível.


“Existem ainda impactos indiretos de bem-estar na maternidade. Práticas como corte de cauda, dentes e castração devem ser evitadas, a não ser em casos recomendados pelo médico veterinário onde de fato haja necessidade. Artigos apontam que a tendência é que tais práticas deixem de ocorrer no futuro. Na creche é importante estar atento ao conforto térmico dos animais, evitando a superlotação. Isso também deve ser observado na terminação, cuidando também das condições de limpeza onde estes animais estarão inseridos”, orientou.


Atualmente grandes grupos tem manifestado preocupações ligadas ao bem-estar animal, o que tem provocado grandes investimentos por parte das empresas e até mesmo associações e entidades, com o oferecimento de capacitações para formação e esclarecimento de profissionais da suinocultura. Em países como Estados Unidos existem altos investimentos em infra-estrutura das instalações, como por exemplo, em sistemas de alimentação automática de acordo com o peso, controle de lotação por máquina, etc.


Para Nathália, os cuidados com o bem-estar dos suínos devem ser assegurados em todas as fases do sistema de produção. Neste sentido, todas as etapas do manejo pré-abate e abate possuem pontos críticos que podem afetar o bem estar dos suínos e a qualidade da carne. “Em resumo, o cumprimento das medidas relacionadas ao bem-estar animal sempre será benéfico a ponto de garantir a sustentabilidade da cadeia produtiva de carne suína”, finalizou.


O Presidente do Conselho Deliberativos da ASES, José Puppin, encerrou o encontro agradecendo a palestrante e a todos presentes, profissionais e alunos pela participação. “É preciso manter o diálogo constante sobre o bem-estar animal, com o objetivo de fazer com que os profissionais do segmento estejam sempre atualizados em relação ao que de mais recente vem sendo debatido sobre o assunto. A palestra tem o objetivo de promover este esclarecimento, num momento onde o tema vem sendo constantemente apresentado através dos meios de comunicação e entidades que trabalham em benefício da suinocultura. Existem muitas iniciativas positivas sobre o assunto, como por exemplo, as cartilhas de bem-estar animal produzidas pela ABCS, que tem contribuído com a disseminação de informações ricas sobre o tema, em todas as fases da suinocultura. Ou seja, precisamos estar sempre evoluindo em termos de melhoria de produtividade, sempre com foco no benefício e qualidade da carne suína” pontuou.

 

Fonte: Comunicação ASES