Em suas mais recentes projeções, a CONAB estima que a produção brasileira de milho na safra 2016/2017 ficará próxima dos 84,5 milhões/t, volume mais de um quarto superior ao alcançado na safra passada, a menor em cinco anos.
Como, pela CONAB, o estoque de passagem ficou próximo dos 8 milhões/t e as importações tendem a recuar para 500 mil/t (2,4 milhões/t no ano passado), o suprimento total de milho no corrente exercício ficará muito próximo dos 93 milhões/t, aumentando significativos 17% em relação à safra 2015/16.
Mas não é o recorde. Este ocorreu na safra retrasada (2014/15), ocasião em que - graças a um estoque inicial elevado (12,3 milhões/t, o maior desta década), baixa importação (316 mil/t, o menor volume entre 2011 e 2016) e uma produção recorde (perto de 84,7 milhões/t, volume ligeiramente superior ao ora previsto para a corrente safra) – o suprimento total chegou aos 97,3 milhões/t, 4,3 milhões/t a mais que o previsto nesta última projeção da CONAB.
Porém, o mais interessante é que em suas mais recentes previsões sobre a safra mundial de grãos, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) chegou a um suprimento brasileiro muito similar ao previsto pela CONAB, também próximo dos 93 milhões/t. Ou seja: ainda que um e outro órgão tenha números ligeiramente diferentes quanto ao estoque inicial, produção e importação, as diferenças acabam neutralizadas e, no balanço final, o suprimento se iguala.
De toda forma, as diferenças ressurgem no consumo interno (que, para a CONAB, será inferior ao registrado nos últimos dois anos) e na exportação. Com isso o estoque final previsto pelo USDA corresponderá a pouco menos da metade daquele estimado pela CONAB. É algo a acompanhar.
Em tempo: da produção total prevista pela CONAB, pouco mais de 33% serão decorrentes da primeira safra. Quer dizer: dois terços do volume previsto devem vir da antiga safrinha, agora “safrona” – por ora ainda uma promessa.
Fonte: AviSite