Quinta, 23 Março 2017 14:20

Barreiras externas à carne do Brasil devem ter fôlego curto

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A Operação Carne Fraca já provocou um desastre sobre a imagem das carnes do Brasil. Deu, aliás, muita munição para os concorrentes do país. Essa crise, porém, deverá ter vida bem mais curta do que as anteriores.

 

 

A presença do país no exterior é tão importante que, apesar das reações iniciais, os países importadores não têm muito poder de manobra na compra de proteínas fora do mercado brasileiro.

 

 

È claro que os importadores vão utilizar lupas ainda mais potentes para verificar a qualidade do produto do Brasil. E a indústria brasileira não pode errar daqui para a frente. Não é preciso apenas dizer que tem qualidade, mas terá de provar e manter essa qualidade.

 

 

Por que a pressão dos importadores pode não durar tanto? Primeiro, a demanda internacional por proteínas está elevada. Prova disso é a intensa aceleração dos preços externos.

 

 

As exportações brasileiras de carne suína estão sendo feitas com valorização de 41% em relação às de igual período do ano passado.

 

 

Frango

O mercado externo tem, também, uma pressão no setor de avicultura. Os preços atuais recebidos pelas empresas brasileiras exportadoras são 21% superiores aos de março do ano passado.

 

 

A pressão é menor na carne bovina, mas os preços atuais superam em 10% os de há um ano. Os dados foram divulgados pela Secex nesta segunda-feira (20).

 

 

Outro fator que deverá dar sustentação à demanda pela carne brasileira são os problemas sanitários que ocorrem pelo mundo.

Grandes mercados, que vão da exigente União Europeia a Estados Unidos e China, deparam-se com doenças recorrentes nos setores de avicultura e de suinocultura.

 

 

A grande diferença entre a situação do Brasil e a desses países é que, por lá, as doenças afetam a produção e provocam a necessidade de abate de rebanhos.

 

 

No Brasil, o problema é pontual e depende de ajustes na fiscalização. O país tem, porém, de provar aos importadores que os problemas internos foram regularizados.

 

 

Fonte: Folha SP/Mauro Zafalon