O volume de carne de frango enviado ao mercado externo nos últimos 4 meses do ano, de 400 mil toneladas por mês, sugere uma tendência positiva para o setor no Brasil. A constatação é do presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin. "A redução da oferta de grãos no mercado internacional, em virtude da guerra na Ucrânia, diminuiu a perspectiva de produção de frango entre players importantes, como Europa e Estados Unidos que, além disso, sofrem com casos de gripe aviária. Só o Brasil está crescendo (produção)", disse. Para ele, o Brasil está sendo chamado para suprir lacuna deixada por outros mercados. "Com essa pequena diminuição (de oferta), retomada econômica global, embora ainda se fale que alguns lugares têm recessão, os países estão consumindo. Há um benefício ao País."

Suínos - Ao contrário do que se vê nos embarques de carne de frango ao mercado externo, as exportações de carne suína ainda estão em queda quando comparado com igual período do ano passado. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia, mostram que foram enviadas cerca de 83,5 mil toneladas de carne suína para outros mercados no mês de junho, ante 97,6 mil toneladas de junho de 2021. Para Santin, porém, o volume está próximo ao observado no ano passado. "Começa a voltar um padrão de normalidade. Esse movimento deve continuar até o fim deste ano", avaliou. Ele lembrou que a "parte pior já passou" e que a segunda safra de milho, em fase de colheita e que tende a ser melhor do que a temporada anterior, começa a chegar aos produtores. "Não vai abaixar os preços, mas não teremos mais o processo especulativo que já vivemos", acrescentou.

Em relação às sete habilitações de plantas frigoríficas brasileiras que poderão enviar carne suína ao Canadá, ele comentou que a decisão é positiva para o setor e que agora falta apenas uma planta para receber a autorização. A unidade também fica em Santa Catarina, assim como as outras, concluiu Santin.

Fonte: Agência Estado