O preço dos ovos está subindo, após um declínio na população de aves poedeiras do país devido à influenza aviária. A Corporação Nacional de Avicultores do Equador (Conave) estima que desde que o vírus chegou ao país, em novembro de 2022, o preço subiu entre 15% e 20%.
“O preço está subindo devido ao efeito da oferta e da demanda; como há redução da população de aves poedeiras, a produção de ovos diminui ”, explica Diana Espín, diretora executiva do Conave.
No Equador, 1,2 milhão de aves morreram e foram abatidas devido à influenza aviária, segundo a Agência de Regulação e Controle Fitossanitário e Zoossanitário (Agrocalidad). Isso representa 8% do número total de aves poedeiras do país e cerca de 0,5% da população total de aves do país, que é de cerca de 280 milhões.
Espín acrescenta que a redução da população de aves não se deve apenas à gripe. “Acreditamos que existam produtores que, por suspeita de infecção ou medo de estar perto de fazendas afetadas, venderam suas aves ”.
Já o preço da carne de frango criada em fazendas caiu pelo menos US$ 0,10 o quilo, em relação aos dias anteriores aos primeiros surtos da doença no país; ou seja, até antes de 27 de novembro de 2022. Espín explica que esta queda de preço se deve a uma maior disponibilidade de carne de frango e a uma ligeira diminuição do consumo devido à conjuntura econômica e algum receio dos consumidores em relação à gripe.
Preços
Mercearias no centro de Quito relatam que o preço de um balde de ovos começou a subir há cerca de duas semanas. Na Frutería Riobambeña, por exemplo, um balde com 30 ovos custa US$ 3,90 para o consumidor final. O preço aumentou US$ 0,30 nas últimas duas semanas. Seu dono, Andrés Paca, explica que há duas semanas compra a caçamba de intermediários por US$ 3,60, antes eles deixavam por US$ 3,35. “As pessoas estão reclamando do aumento e algumas não querem levar ovos”, diz Paca.
No Abarrotes El Goloso, outra mercearia no centro da cidade, o balde custa US$ 4,50 ou US$ 15 a unidade. A proprietária Inés Farinango explica que desde antes do carnaval os intermediários começaram a aumentar o preço do produto.
“Antes, o balde estava em US$ 3,20 ou US$ 3,15. Agora me vendem por US$ 3,50 e só para ovos pequenos”.
Devido ao aumento do custo, a Farinango reduziu a compra de caçambas praticamente pela metade. Anteriormente, ele comprava cerca de 10 por semana e agora está comprando cinco ou seis. Além disso, ela parou de comprar as caixas de ovos maiores, porque são mais caras.
No dia 7 de março, ao meio-dia, ele só tinha seis ovos na loja e esperava que vendessem mais naquele dia. Enquanto isso, um cliente da loja estava desistindo de comprar ovos devido à baixa disponibilidade.
Vacinação
Pelo menos 757.818 aves, que pertencem a 35 fazendas, serão vacinadas no Equador contra a influenza aviária, segundo a Agrocalidad. O processo começou no dia 3 de março, em Pichincha.
A Agrocalidad garante que as 35 fazendas já cumpriram os requisitos de biossegurança exigidos . “A expectativa é que nos próximos dias mais fazendas adiram ao processo de vacinação”.
A Agrocalidad acrescenta que, à medida que a situação epidemiológica da doença avança, outras áreas para vacinação serão consideradas. No momento, há 17 focos de gripe aviária no país, que incluem 22 fazendas ou propriedades afetadas. As províncias com mais casos da doença são Cotopaxi, com oito focos, e Tungurahua, com quatro.
O custo da vacina é de US$ 0,06 por dose. O esquema completo de vacinação inclui três doses. O preço deve ser coberto pelos produtores de aves, mesmo os pequenos. Apesar de, inicialmente, o governo se oferecer para financiar pequenos produtores.
A Agrocalidad esclarece que, em determinadas circunstâncias, as aves de pequenos produtores podem ser vacinadas por grandes aves. Isso se essas pequenas propriedades estiverem próximas e representarem um risco para a produção das grandes propriedades.
Fonte: Avicultura Industrial