Foto: Reprodução/Revista Negócio Rural
O diretor executivo da AVES, Nélio Hand, que também é diretor financeiro do Instituto Ovos Brasil e presidente do Comitê Estadual de Sanidade Avícola foi o convidado do podcast Comunicação Rural para falar sobre a Influenza Aviária.
Em busca de respostas para algumas dúvidas sobre o assunto, os jornalistas Bruno Faustino e Julio Huber, da Revista Negócio Rural, e Divino Onaldo, do podcast Agro e Prosa, conduziram a entrevista com o representante do setor avícola. O programa é um projeto de união de quatro veículos do agro nacional, que inclui também Vicente Delgado, do Portal Agronews e Fred Wakin, do Portal do Agronegócio.
“Temos que nos preocupar, porque é uma enfermidade que há alguns anos vem provocando sérios prejuízos pelo mundo, como na Europa e nos Estados Unidos. É preciso enfatizar que se trata de uma doença que é bem agressiva com a avicultura. Nos lotes que ela atinge, causa um estrago muito grande e de forma rápida”, destacou Hand.
Segundo ele, o Brasil vem se preparando para enfrentar a gripe aviária. “Desde 2007, quando foi estabelecida a Instrução Normativa (IN) 56, pelo Ministério da Agricultura, o setor trabalha com critérios sanitários para que os estabelecimentos pudessem se preparar. Se sabia que em algum momento essa enfermidade chegaria em nosso território”, explicou o representante avícola. A entrevista completa pode ser conferida, clicando aqui!
REFORÇO – Nélio Hand contou que nos últimos meses houve um reforço nas medidas de segurança sanitárias, para evitar que a doença chegue à avicultura comercial. “A IN 56 já estabelece muitas medidas de proteção desses aviários, mas diante dos primeiros casos na América do Sul, no final do ano passado, tivemos um fortalecimento dessas ações”, comentou. De acordo com Hand, o setor foi orientado a até proibir visitas às granjas, a não ser que fosse extremamente necessário.
CRIAÇÃO DOMÉSTICA – Uma preocupação do setor é em relação às criações de fundo de quintal, ou de subsistência. “Estamos orientando os pequenos proprietários que prendam as aves no galinheiro, protejam a alimentação, que ofereçam água e ração limpa, e mantenham o entorno do galinheiro livre de meios que possam atrair pragas e roedores”, sugeriu.
RISCO PARA A SAÚDE – “É preciso reforçar que não há risco algum para o consumo de carne de frango ou ovos pela população. As organizações mundiais de saúde reafirmam isso. Mesmo se o alimento estivesse contaminado, a transmissão não acontece no consumo humano dessas proteínas. A população deve ficar muito segura sobre isso”, garantiu Hand.
ECONOMIA – Em 2022, segundo informações da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o Brasil produziu 14,5 milhões de toneladas de frango – 30% desse total foi exportado -, o que gerou um valor bruto de R$ 112,145 bilhões. Somando a produção de carne de frango e de ovos, a representatividade do setor ficou próximo a 10% do valor da produção agropecuária nacional em 2022.
Segundo Nélio, pelo ponto de vista econômico, a gripe aviária também pode trazer prejuízos incalculáveis à avicultura comercial, caso a doença chegue até as aves. Entretanto, ele disse que não há uma contabilização de quanto poderia ser esse prejuízo ao país. “No Espírito Santo, em algumas cidades o acometimento dessa enfermidade em plantéis comerciais poderia impactar drasticamente a economia local”, alertou.
Outros assuntos debatidos durante o podcast foram as orientações sobre como agir ao identificar uma ave com suspeita da doença; como os órgãos de defesas sanitárias estão atuando; como é feito o combate à doença, caso chegue a um plantel comercial; indenização para avicultores; modernização da avicultura; entre outros temas.
Com informações do portal Revista Negócio Rural