Terça, 18 Agosto 2020 12:14

ABPA questiona Hong Kong por suspender frigorífico brasileiro e diz que levará caso à OMC

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Depois de Hong Kong suspender a importação da carne de frango do frigorífico da Aurora em Xaxim (SC), de onde partiu o lote que a China afirma ter testado positivo para Covid-19, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) disse que vai apoiar o Ministério da Agricultura nos questionamentos à Organização Mundial do Comércio (OMC).

 

“A ABPA apoiará a busca por soluções no âmbito da Organização Mundial do Comércio, já que não se trata de uma decisão tomada com base em critérios científicos”, afirma a entidade, por meio de sua assessoria.

 

A medida adotada por Hong Kong, província autônoma da China, foi tomada após o governo da cidade chinesa de Shenzhen informar que encontrou Covid-19 em asas de frango congeladas exportadas pelo Brasil.

 

A  ABPA lembra que o próprio Centro de Segurança Alimentar (CFS, na sigla em inglês) de Hong Kong reconhece que não há embasamento científico para a contaminação do coronavírus através de alimentos e pontua que não foi notificada oficialmente.

 

“Cabe mencionar, como é ressaltado pela própria autoridade sanitária de Hong Kong, que não há evidências científicas de que a carne seja transmissora do vírus, conforme ressaltam a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)”, diz.

 

O CFS reconhece que autoridades em segurança alimentar de todo o mundo ponderam que não há evidências científicas para a contaminação do coronavírus através de alimentos, mas informa que, "ainda assim, dado que produtos crus ou mal cozidos são um alto risco, se eles são crus ou mal aquecidos, o consumo de alimentos contaminados com bactérias ou vírus pode causar intoxicação via alimentar".

 

A associação reafirma que o setor exportador brasileiro “já adotou todas as medidas para proteção dos trabalhadores e a garantia da inocuidade dos produtos, que foram aprimoradas ao longo dos últimos meses, desde o início da pandemia global”.

 

Por fim, a ABPA informa que “está apoiando a sua associada para a apresentação dos esclarecimentos, com bases técnico-científicas”.

 

Procurado por Globo Rural, o Ministério da Agricultura disse que tem mantido "estreito contato" com a Administração Geral de Aduanas da China (GACC) em busca de esclarecimento sobre o episódio de Shenzhen, na China.

 

"O ministério considera que qualquer atitude para restringir importações, antes desse esclarecimento, será prematura. Até o momento, o Mapa não recebeu notificação por parte da China", declarou. A pasta, no entanto, não respondeu aos questionamentos sobre qual será a postura do governo brasileiro em relação à restrição imposta por Hong Kong.

 

Fonte: Globo Rural