Sexta, 13 Janeiro 2017 14:21

Alimentos: FAO aponta quinquênio de preços decrescentes

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Ao divulgar, ontem (12), os resultados preliminares do comportamento do mercado de alimentos no ano que passou, a Agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) ressaltou que 2016 foi o quinto ano consecutivo de declínio de preços no setor. Ou seja: em relação ao índice registrado em 2011 (perto de 230 pontos, o máximo até hoje alcançado), o ano foi fechado com uma redução de cerca de 30%, recuando ao menor nível do quinquênio (ao redor de 161,6 pontos).

 

As carnes também fecharam 2016 com preço menor que no ano anterior. Mas, como mostra o gráfico abaixo, as quedas se limitam aos últimos dois anos, pois o pico de preços mais recente do setor (198,3 pontos) foi registrado em 2014. Como, no ano passado, a média registrada ficou em 156,6 pontos, a redução no biênio é de pouco mais de 20%.

 

Analisando-se o comportamento do “Índice Geral das Carnes” e, individualmente, das principais carnes (bovina, de frango e suína) a partir de 2006, constata-se que naquela ocasião os três produtos apresentavam exatamente a mesma evolução de preços. Ou seja: alcançaram, então, pouco mais de 120 pontos em comparação aos 100 pontos médios registrados entre 2002 e 2004.

 

Isso começa a mudar já em 2007, com a carne de frango obtendo valorização substancialmente maior que as carnes bovina e suína. Com a crise econômica de 2008 as três sofrem desvalorização, mas a carne de frango segue com melhor evolução de preços – um processo que se estende até 2013, pois nos três anos seguintes quem mais se valoriza é a carne bovina.

 

Aliás, comparativamente a 2006, a bovina foi a carne que mais se valorizou, alcançando em 2016 valor médio quase 60% superior. Já a carne de frango registrou evolução próxima de 28%, mesmo resultado obtido pelo “Índice Geral de Carnes” (fortemente influenciado pela carne de frango, a principal carne negociada internacionalmente). A carne suína, por sua vez, chegou a 2016 retrocedendo ao mesmo nível de dez anos antes: pouco mais de 120 pontos.

 

Se nesse período, como mostra a FAO, o preço da carne de frango no mercado internacional experimentou incremento médio próximo de 28%, o produto brasileiro, pelos dados da SECEX/MDIC, valorizou-se em torno de 36%, passando de cerca de US$1.100/t em 2006 para perto de US$1.490/t em 2016. Estes valores referem-se apenas ao produto in natura.

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Fonte: AviSite