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'A alta no ovo deve-se a três fatores: custo de produção, calor e quaresma', diz presidente da ABPA
Publicado em: 27 Mar 2025

Em entrevista ao CBN São Paulo, o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin diz que aumento nas exportações aos EUA não influencia na alta dos preços e aponta outros 'culpados'.
No último ano, o ovo tem registrado altas consecutivas, atingindo recordes em várias regiões do país. Na Ceagesp, a maior central de abastecimento da América do Sul, no fechamento de fevereiro, a dúzia de ovos vermelhos foi comercializada a R$ 9,55, em média, com variação de 23,8% nos últimos 12 meses. Enquanto a dúzia dos ovos brancos ficou em R$ 8,37, alta de 24,5% em um ano.
Em entrevista a Rafael Colombo, Marcella Lourenzetto e Cassiano Ribeiro pelo CBN São Paulo, o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin explica quais fatores têm colaborado para o sucessivo aumento nos preços e rebate a influência das exportações aos Estados Unidos como agravante.
"É importante desmistificar essa ideia de que o ovo fica caro no Brasil porque o exportamos. A nossa exportação neste mês, inclusive, foi de 0,8% do total produzido. Ou seja, 99,2% de tudo que produzimos ficou no Brasil. Então, apesar da tendência de aumento de exportação, ela não vai influenciar o preço."
A alta de exportações é justificada pela pela epidemia de H5N1 -- antiga influência aviária -- que afeta os EUA e já dizimou mais de 170 milhões de galinhas. Segundo Santin, o número equivale a quase que um ano inteiro da produção do Brasil, que tem um plantel de 240 milhões de poedeiras.
"O Brasil vai exportar mais, isso é verdade, mas não é diferente do que aconteceu quando Taiwan sofreu da gripe aviária dois anos atrás. O país se abriu para comprar produtos do Brasil e fez a exportação subir para mais de 30 mil toneladas. A exportação média é de 20 mil toneladas."
De acordo com Santin, o preço sofre influência de outros temas, como o custo de produção, a quaresma e o calor. As ondas de calor em específico, conta o dirigente, influenciou na perda de algumas galinhas mais velhas, o que diminui a oferta temporária por pelo menos18 semanas -- tempo de desenvolvimento de uma pintinha nova.
"Houve a confluência de três fatores muito importantes: o custo de produção, o calor, que nos fez perder matrizes, e a quaresma, período quando as pessoas comem menos carne vermelha e mais ovo. Isso aumenta muito a demanda ."
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