Segunda, 28 Setembro 2015 15:45

Menos carne e mais frango: preços estão mudando cardápio do brasileiro

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O cardápio típico do brasileiro está mudando. E isso tem a ver com o bolso e com a concorrência. Na hora de fazer companhia para o feijão com arroz, a preferência nacional já não é só pela carne de boi.

Arroz, feijão, frango ou carne suína. "Frango de qualquer jeito, eu gosto muito mesmo", diz uma mulher. "A carne bovina deu uma subida muito boa e a carne suína está mantendo um preço muito bom para a gente", conta o representante comercial Antonio Carlos Custódio.

No restaurante por quilo, a carne de boi tem dividido espaço. "Antes, se consumia bastante carne bovina e bem menos frango, suíno quase nada. Mas o frango, hoje, em relação à carne bovina, aumentou uns 20% mais ou menos", explica Marilei Travagli, gerente da casa.

Numa rede de supermercados no interior de São Paulo as vendas de carne suína e de frango deram um salto nos últimos meses. E uma das explicações está no bolso do consumidor. O quilo da carne bovina de primeira, como patinho e coxão mole, é vendido a quase R$ 20. Já o quilo da bisteca suína custa menos de R$ 7. O da coxa e sobrecoxa de frango: R$ 6,39.

Dona Cícera nem pensou duas vezes antes de comprar pernil, peito de frango e linguiça. "A gente tem que aproveitar o preço da carne de frango e da carne suína”, afirma ela.

"Na hora da compra, com o orçamento às vezes apertado e essa diferença de preço, ele acaba migrando para outras carnes, para ave, para o suíno, qie está crescendo muito no último ano", garante Eduardo Amaral, gerente de compras.

Aquele prato típico brasileiro, com arroz, feijão e bife, está mudando. Em uma década o consumo de carne de frango aumentou 26%. O da carne suína, 19%. Já o da carne bovina caiu 10%. O resultado é que hoje o brasileiro consome mais carne de frango do que de boi. E a carne suína está bem mais companheira do feijão com arroz.

A Associação Brasileira de Proteína Animal diz que o aumento no consumo de carne de frango e de suíno também tem a ver com o investimento em genética, na higiene das granjas e na ração. A qualidade da carne melhorou.

Dona Áurea prepara carne suína quatro vezes por semana. "O pernil, quando sobra, dá para fazer um sanduíche, dá para fazer uma torta. A gente tem que procurar saídas, as mais baratas, e a carne suína substitui muito bem a carne bovina", afirma ela.

"A proteína tem que estar na mesa. Então, se a pessoa intercalar dois dias de carne vermelha e o restante com frango ou com carne suína, está tranquilo, dá para substituir perfeitamente", ensina a nutricionista Simone Tonelli.

Os açougueiros falam que até na hora fazer o churrasco a carne suína está levando vantagem. "A picanha bovina está saindo a R$ 40, a picanha suína, a R$ 19,80. É metade do preço”, compara o dono de açougue Odair Pereira.

 

Fonte: o Globo