Quinta, 05 Julho 2018 10:03

Palestra técnica apresenta formas de proteção a produtores rurais

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Saber operar com as ferramentas disponíveis no sistema financeiro pode ser uma vantagem competitiva importante para quem produz e comercializa no mercado brasileiro. Para apresentar as muitas opções existentes, a Aves e a Ases promoveram uma palestra técnica, dia 13 de junho, sobre “estratégias de proteção para produtores rurais”, no auditório da Coopeavi, em Santa Maria de Jetibá.

 

“Estamos trazendo esses temas para que nossos associados possam se familiarizar com os instrumentos e modelos de operação que existem e podem ser usados a nosso favor”, explicou o diretor executivo Aves e Ases, Nélio Hand.

 

O gerente de Negócios Private Banking do Banco do Brasil no Espírito Santo, Lélio Monteiro, responsável pela palestra, apresentou conceitos importantes como transações financeiras e físicas, derivativos em banco, termos de mercadoria e de moedas, swap, opções, tributações, enfatizando as operações de proteção, também conhecidas como hedge.

 

“Este é um assunto um pouco árido para muitos, por isso nossa intenção é espalhar a cultura, permitindo às pessoas compreender as possibilidade e como ganhar dinheiro com isso”, afirmou Lélio.

 

De acordo com ele, por meio do hedge o produtor deixa de ser um especulador de preços de mercado para ganhar em previsibilidade nos negócios e segurança ao realizar investimentos. “O hedge transfere o risco da oscilação de preços de um agente para o outro”, esclareceu.

 

Por meio desta operação, um comprador de milho, por exemplo, sem saber o preço do insumo daqui a seis meses, pode garantir a compra no preço atual. Se, no final do período, o valor do produto estiver acima do combinado, isto é, mais caro que o preço acertado há seis meses, o banco paga a diferença. Se estiver abaixo, a diferença é repassada ao banco, com 15% de Imposto de Renda. O produtor paga rigorosamente o valor acordado junto ao banco, que por sua vez cobra uma taxa chamada spread.

 

“O spread é o valor cobrado pelo banco para oportunizar o acesso a esta ferramenta no mercado e entregá-la customizada ao produtor. É preciso uma estrutura específica para ter acesso a ela, através de bolsa de valores”, pontuou o palestrante.

 

Lélio chamou a atenção para outras ofertas semelhantes existentes no mercado, mas que muitas vezes só se apresentam aos produtores quando sabem que vão ter lucro. Com operação de hedge, ele explica, o combinado não sai caro.

 

“Eu não acho que o produtor rural deva ficar exposto a preços, especulando e tomando posições arriscadas. Com esse recurso, planejando e se protegendo, ele pode se concentrar na produtividade”, finalizou.

 

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O avicultor Volkmar Berger, que é um dos sócios das granjas Ovos Santa Maria, conta que vai utilizar o conhecimento tratado no encontro nas compras feitas em mercado estrangeiro.

 

“Nós fazemos hedge com alguns fornecedores, principalmente de soja, mas agora queremos aplicar na importação de galpões automatizados e de sistemas de comedouros e bebedouros, por exemplo, como ferramenta para fechar contratos futuros”, garantiu.

 

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Última modificação em Quinta, 05 Julho 2018 10:09