O frango que está sendo processado hoje (11) nos abatedouros de São Paulo e Minas Gerais foi negociado no último sábado por R$3,00/kg, valor cerca de 3,5% superior aos R$2,90/kg que vigoraram nos dois estados por mais de 30 dias.

Efeito (retardado) do Dia das Mães. Mas indicativo, também, de que a produção pode estar se ajustando à menor demanda deste período de pandemia. O que, se for confirmado, deve levar a novos ajustes daqui para a frente. A despeito da aproximação da segunda quinzena.

Sob esse aspecto – redução paulatina da oferta – primeira ou segunda quinzena não fazem muita diferença. Em abril de 2019, por exemplo, foi assim. Embora tenha experimentado alguma valorização na primeira metade daquele mês, foi na segunda quinzena que o frango vivo atingiu ainda maior valor – por sinal, o melhor valor nominal de todos os tempos: R$3,60kg, cotação que se manteve por cerca de dois meses, por todo o mês de maio e em parte de junho e que até hoje não foi superada.

Naturalmente, as condições de mercado atuais são bem diferentes das observadas um ano atrás, fator que dificulta uma recuperação ao nível da observada em 2019. Mas, sem dúvida, o setor precisa repor os preços que vem sendo perdidos em 2020, de forma mais alarmante a partir do instante em que se aceleraram as medidas de isolamento social.

No momento essas medidas sofrem recrudescimento. Mas, parece, fornecedores e consumidores aprenderam a reagir às limitações impostas pela quarentena. Assim, os possíveis impactos negativos sobre a procura de alimentos devem ser menores que os observados no mês passado, quando a oferta, naquele instante superior às possibilidades de consumo, praticamente paralisou o comércio de aves vivas, fazendo com que seus preços retrocedessem a valores registrados pela última vez em janeiro de 2019.

Porém, ainda que o comércio se mantenha ativo, o maior efeito deve vir do nível de oferta, a esta altura já inferior ao de um ou dois meses atrás.

Fonte: Avi Site