Quinta, 24 Março 2016 08:43

PRODUÇÃO DE SUÍNOS BATE RECORDE

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Na contramão da crise econômica do país, o crescimento da produção de carne suína brasileira aponta as novas tendências de mercado quanto à competitividade e mudança de hábito da população. Com preços mais atrativos que a carne bovina e a quase equivalência ao valor da carne de frango, a proteína suína tem conquistado seu espaço na mesa dos brasileiros ao comprovar o porquê que a sua relação custo-benefício a fez a carne mais consumida no mundo.  

Segundo previsão da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), somente em 2016, espera-se um crescimento na produção de carne suína na ordem de 2,0%, podendo chegar a 3,0%. Outro dado recente que aponta o crescimento do setor foi divulgado recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apontou o abate de suínos em 2015 como o maior já registrado, atingindo 39,26 milhões de cabeças e 3,43 milhões de toneladas. Os números representam um aumento de 5,7% no número de animais abatidos e 7,4% no peso total das carcaças quando comparado ao ano anterior.

Gráfico 1 – Número de suínos abatidos por trimestre de 2011 a 2015

 

Gráfico 2 – Peso total das carcaças de suínos abatidos por trimestre de 2011 a 2015

 

 

Nilo de Sá, diretor executivo da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), comenta que o incremento no número de animais abatidos deve-se principalmente ao aumento de produtividade e não ao alojamento de novas granjas, refletindo o resultado de investimentos em novas tecnologias, genética, nutrição e gestão ocorrido nos últimos anos. “Trata-se de uma evolução muito significativa, pois permite maior diluição dos custos fixos e consequentemente aumenta a competitividade sobretudo em tempos de alto custo de insumos. No entanto, o contínuo aumento da oferta tende a pressionar o preço do suíno vivo para baixo, assim é importante trabalhar os mercados doméstico e internacional para manter equilibrado a relação oferta x demanda”, alerta.

Quanto as exportações, até meados de março as saídas de carne suína in natura já atingiam cerca de 110 mil toneladas, mais de 20% do total exportado em 2015. Assim, permanecendo o cenário de desvalorização do real frente ao dólar é provável uma exportação muito expressiva em 2016. “Para que a relação oferta x demanda se mantenha equilibrada é preciso que as exportações cheguem entre 620 a 650 mil toneladas somente para compensar o incremento de produção e não sobrecarregar o mercado interno. Com isso, a abertura de novos mercados torna-se cada vez mais importante, não só para permitir um aumento substancial do volume exportado, mas também para reduzir o risco da concentração de grandes volumes em poucos clientes, historicamente 40% para a Rússia e 20% para Hong Kong”, explica de Sá.

Sobre o mercado interno, destino de cerca de 85% da carne suína brasileira, todas as atenções seguem voltadas para o cenário econômico, já que o agravamento da redução na renda das famílias pode influenciar negativamente também o consumo de proteínas, sobretudo da carne bovina, com a valorização observada desde 2014. É nesse contexto que a carne suína tem se tornado uma opção ainda mais interessante considerando o custo x benefício. “A carne suína tem tudo para ocupar cada vez mais espaço no cotidiano dos brasileiros. Entretanto, em se concretizando a redução de cerca de 7,0% do PIB em 2 anos, conquistar este espaço demandará um esforço extra da cadeia na comunicação com os consumidores, uma vez que a disputa com outras proteínas mais baratas deverá ser ainda mais acirrada”, afirma o diretor da ABCS.

4ª Semana Nacional da Carne Suína

Vislumbrando esse cenário favorável, a ABCS aposta no fortalecimento do mercado interno por meio de iniciativas que apresentam aos consumidores os benefícios da carne suína que fazem dela a proteína animal mais consumida no mundo. Após o sucesso da 3ª Semana Nacional da Carne Suína (SNCS), que registrou aumento de 50% das vendas de carne suína no último trimestre de 2015 nos supermercados do GPA se comparado aos oito primeiros meses do ano, a entidade se prepara para a realização da 4ª SNCS.

De 1º a 14 de setembro as lojas Extra e Pão de Açúcar de todo o país voltam a receber as capacitações, palestras e oficinas gastronômicas. O conceito Escolha + Carne Suína segue como o cerne da iniciativa, destacando a saudabilidade, sabor e qualidade da carne.

O investimento no diálogo com o consumidor, por meio do site Mais Carne Suína, permanece como um dos focos da ABCS. Novas receitas, vídeos, fotos, artigos e o espaço para perguntas e sugestões inovam e fortalecem o contato com o público alvo.

Outras ações pontuais, como participação em congressos e feiras, com a presença de palestrantes de renome, também estão no foco de atuação da entidade. As ações resultam do investimento das entidades parceiras, produtores, frigoríficos e empresas amigas da suinocultura, no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (FNDS). “Sem dúvida alguma é por meio dessas iniciativas que temos levado mais informações e esclarecimentos sobre o nosso produto para os consumidores. O Brasil está reconhecendo a carne suína como uma fonte de proteína barata, saudável e saborosa”, diz a coordenadora do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS), Lívia Machado.

 

Fonte: ABCS