Quinta, 03 Fevereiro 2022 11:07

Produtores de aves e suínos estudam substituir milho por arroz em ração por causa da alta de preços

Avalie este item
(1 Voto)
Os suinocultores e avicultores receberam com otimismo o estudo da Embrapa divulgado nesta terça-feira de que o arroz pode complementar ou substituir o milho na alimentação animal. Seria uma forma dos produtores fugirem dos altos preços decorrentes da crescente valorização do milho e da soja. 
 
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin,  o uso do arroz é viável para baratear a ração de aves e suínos, ainda mais porque há um excesso de oferta no mercado. 
 
De acordo com a Embrapa, há uma sobra de 600 a 800 mil toneladas na safra 2020/2021. O estudo mostrou que o arroz descascado (arroz marrom), do ponto de vista nutricional, serve perfeitamente para complementar ou substituir o milho na alimentação animal. A ração dos animais é composta de 70% de milho e 30% de farelo de soja. 
 
Santin salienta que o uso do arroz seria uma maneira de fugir dos altos preços praticados no Brasil. Os economistas dizem que a alta do milho e da soja foi puxada pelas incertezas relacionadas à pandemia, valorização do dólar frente ao real e alta demanda por grãos no mercado asiático (principalmente o chinês). E, lembra Saltin, a seca no Sul do país tende a impactar a safra prevista e, consequentemente, os valores. De acordo com a Coban, a produção total de milho na safra 2020/2021 chegará a 85 milhões, bem abaixo das 106 milhões de toneladas projetadas inicialmente.
 
-  Esse ano já tem muita gente utilizando trigo. É mais uma alternativa de oferta de cereais. Anteriormente, o arroz não era usado porque tinha muita exportação. Agora está com excedente.
 
 
A associação também pleiteia aos ministros Paulo Guedes e Tereza Cristina a prorrogação da isenção de PIS/Cofins para importação de milho e farelo de soja do Mercosul, pelo menos até a chegada da segunda safra, em agosto. No ano passado, foram importadas mais de três milhões de toneladas da região.
 
 
- Apesar da quebra de safra no Sul, não há escassez de produtos no Brasil, mas esse movimento é para evitar especulação inflacionária. Se retirar o PIS/Confins, o produtor  consegue manter a oferta de insumos em valores menores e evitar que tenha mais repasse para a prateleira.
 

Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o preço médio real da saca de 60 quilos de milho fechou em R$ 97,40 em 28 de janeiro. Em abril, era R$ 50,11. Também no dia 28 de janeiro, a saca de soja tinha o preço de R$ 180,32, o valor nominal mais alto da série do Cepea, iniciada em julho de 1997.

 

Fonte: O Globo