O efeito do clima adverso sobre a safrinha de milho no Brasil já chega à Bolsa de Chicago.
O primeiro contrato do mercado futuro do cereal na Bolsa fechou a US$ 3,82 nesta terça-feira (26), 1,4% acima do de segunda-feira.
O clima seco compromete a produção prevista para o período, embora já comece a chover em regiões importantes de produção, como Paraná e Mato Grosso do Sul.
"Uma coisa é certa: não teremos mais safra cheia", diz Daniele Siqueira, analista da AgRural de Curitiba.
A consultoria, que previa 54,3 milhões de toneladas no início de abril, vai rever para baixo esse número na primeira semana de maio.
Se no Brasil o clima preocupa os produtores, o mesmo não ocorre nos Estados Unidos.
Nos últimos cinco anos, os agricultores norte-americanos semearam, em média, 16% da área que seria destinada ao cereal. Neste ano, o percentual já chega a 30%, devido ao clima favorável.
As máquinas avançam no plantio de soja e de milho nos Estados Unidos, mas o quanto será dedicado a cada produto ainda é incerto.
A soja, impulsionada por uma forte quebra de safra na Argentina –devido ao excesso de chuva em algumas regiões do país–, ganha preço em Chicago.
Com isso, já há previsões de que a oleaginosa ocupe pelo menos 300 mil hectares da área que seria dedicada ao cereal.
Na Europa, os estoques finais de milho da safra 2016/17 recuam para 13 milhões de toneladas, ante 22 milhões há dois anos, conforme dados da comissão agrícola da União Europeia.
Fonte: Folha de S. Paulo - Mauro Zafalon