Segunda, 24 Agosto 2015 08:11

Ministra pede apoio a Alemanha para acelerar acordo sanitário com a UE

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A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, pediu ontem apoio ao ministro alemão da mesma área, Christian Schmidt, para a celebração de um acordo sanitário e fitossanitário entre Brasil e a União Europeia .

Segundo ela, o governo brasileiro deve receber entre os dias 10 e 11 de setembro uma comitiva de representantes europeus da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) para acertar pontos do acordo.

No entanto, a ministra não comentou a existência de acordos na área agropecuária entre os dois países.“Pedimos ao ministro que reforçasse nosso pedido na UE de um acordo sanitário e fitossanitário com o Brasil, que já fizemos ao comissário europeu em abril na reunião da OIE. Durante várias décadas, a Europa nunca aceitou discutir um acordo desses conosco, mas isso não inclui taxas, significa apenas que harmonizaremos procedimentos documentais de exportação e importação”, disse Kátia Abreu.

A ministra reconheceu que “pode levar meses para, de fato, iniciar esse amplo acordo”, mas enfatizou a importância de uma negociação para agilizar certificados sanitários entre o Brasil e o bloco.

Ela também diz ter manifestado interesse em celebrar acordos de prelisting para as exportações brasileiras de carnes, suco de laranja e café com a Alemanha. Por meio desse sistema um país exportador não necessita de autorização prévia do país importador por meio de visitas individuais aos estabelecimentos industriais.

A própria autorização do serviço sanitário do país que fará as vendas é necessário para ativar o comércio, representando agilidade no tempo de habilitação das plantas interessadas em exportar.

Por fim, apesar das negociações por um acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia que já duram mais de 15 anos, Kátia Abreu procurou demonstrar esperanças de que seja ao menos fechada uma data para a troca de propostas entre os dois blocos.

“Garantimos aos alemães que a proposta do Mercosul já está fechada e já podemos marcar uma data. O ponto alto desse encontro de hoje é a data da troca de ofertas, acho que isso pode ser fechado hoje ainda”.

Questionada sobre as dificuldades de se obter consenso dos europeus nessas negociações, a ministra reforçou que há dificuldades de ambos os blocos de aprovar certos itens livres de tributos também na pauta de produtos agropecuários. E que o Brasil por exemplo impõe restrições aos lácteos, cacau e vinho que produz.

“Nós também teremos nossas dificuldades mesmo dentro do agronegócio. Então eles [europeus] deverão ter suas restrições, imagino que quanto a suínos, em relação a açúcar. E nós teremos nossas dificuldades, a principal é com os lácteos, isso quer dizer que vamos precisar de um período maior para adaptação dos nossos produtores, de adequação de todos eles ao acordo”, afirmou.

De acordo com relatos da ministra brasileira com relação ao possível acordo entre Mercosul e UE, o ministro da Alemanha teria confessado a ela que “tudo que é bom demora um pouco, mas esse acordo está demorando demais”.

Com relação a acordos bilaterais, Kátia informou que a Embrapa vai assinar durante o dia de hoje um acordo de cooperação com um laboratório de pesquisas agropecuárias da Alemanha, referência em exames para detecção da doença do mormo, que acomete cavalos.

O laboratório alemão está realizando atualmente uma primeira bateria de 2 mil exames para comprovar que os cavalos brasileiros não possuem a doença e logo não têm capacidade de contaminar os demais animais que virão de vários países para as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016. Mais duas baterias com a mesma quantidade de exames ainda serão executadas este ano, segundo o Ministério da Agricultura.

 

Fonte: Valor Econômico