Suinocultores capixabas participaram no dia 22 de setembro, de mais um módulo do Programa Anual de Capacitação de Suinocultores - Qualificases, realizado no Restaurante Santa Luzia, em Conceição do Castelo. A palestra teve como tema "Visão Mercadológica - Perspectivas e Oportunidades para Suinocultura", e foi ministrada por Fabiano Coser, consultor da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos - ABCS.

A ideia da palestra, de acordo com Fabiano foi transmitir uma mensagem quanto aos desafios, não só da suinocultura, mas de toda produção de proteína animal em levar um produto de qualidade ao consumidor final.  “Acredito que o grande sucesso do produtor de suínos na verdade é fazer com que o consumidor fique satisfeito ao degustar o seu produto. Logicamente neste processo que vai da produção de suínos até o consumidor final existem uma série de desafios da produção, de mercado, de comunicação, em minha opinião esses fatores constituem o grande desafio”, aponta.

Além desses aspectos, a palestra também abordou questões relacionadas a mercado, potenciais, oportunidades, etc. O consultor aponta que o mundo em que vivemos hoje está em processo de transformação, onde quem está se destacando não é somente aquele que é o maior ou que produz mais, mas é aquele que é mais rápido, que consegue se comunicar melhor. Segundo ele o Espírito Santo reflete muito bem isso, por ser um estado que possui uma suinocultura pequena, comparada aos outros estados, talvez até de pouca expressão, até para o próprio estado, mas uma suinocultura muito bem organizada, e que consegue muitas vezes promover ações de impacto que servem de exemplo para outros estados. “Cito como exemplo a questão da importação de milho, foi um dos poucos estados que conseguiu se organizar através da Associação para importar o grão. Isso é super bacana porque mostra o papel da Entidade quando faz as campanhas de incentivo ao consumo”, disse.

Fabiano salientou que o Brasil já é atualmente o terceiro maior exportador de milho do mundo, e que há 10 anos atrás nem figurava entre os grandes importadores. “O Brasil entra na comercialização dessa commodity no mundo inteiro cada vez exportando mais esse produto e com isso nosso produtor terá que encontrar alternativas para se abastecer e com o preço adequado. Infelizmente o Governo não tem muito o que fazer, pois não se preparou como deveria, os estoques estão praticamente zerados. Além disso, o milho estocado pela Conab está fora da área de produção de aves e suínos, ou seja, longe das regiões de produção, sendo também um milho de baixa qualidade”, frisou.

Neste sentido, o consultor acredita que o Espírito Santo saiu na frente dos demais estados na medida em que conseguiu realizar a importação do milho vindo da Argentina. “O Espírito Santo possui um porto privilegiado que favorece a entrada desse milho. Espero que essa alternativa seja uma constante daqui em diante, nesse mercado que realmente oscila muito. O milho mudou de patamar de preço e como responde por mais da metade do custo de produção, se torna altamente estratégico pensar em como se abastecer desse grão e em como fazer com que ele possa chegar com um preço razoável”, ponderou.

De maneira geral o palestrante abordou o cenário do mercado atual, os desafios e oportunidades, e como podemos alcançar essa meta final que é colocar a carne suína na gôndola dos supermercados e fazer com que as pessoas tenham prazer em consumir a proteína. “Não podemos nos esquecer disso, você pode ter uma excelente produção, ganhar dinheiro com isso, mas se o cliente que é o consumidor final não apreciar a carne suína, não achar que vale a pena consumir, no nosso trabalho estará incompleto. O produtor deve compreender que faz parte de uma cadeia muito grande e que lá na ponta tem alguém que precisa saber que produto é esse, como ele é feito, ou seja, essa comunicação é super importante”, finalizou.

Para o produtor Flavio Meroto da granja São José em Vargem Alta, a palestra foi muito rica, e trouxe um tema bastante pertinente para o contexto atual. “Parabenizo a ASES e a ABCS pela escolha desse tema que certamente trouxe informações muito relevantes para os suinocultores, principalmente no momento em que o mercado atual se encontra tão oscilante. É preciso continuar trabalhando com afinco para que possamos cada vez mais agregar mais valor a carne suína, oferecendo assim um produto cada vez mais saudável ao consumidor”, disse.

Fonte: ASES