Quarta, 12 Abril 2017 12:11

Seminário paulista de Atualização sobre Influenza Aviária destaca importância da biosseguridade no processo avícola

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A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a Associação Paulista de Avicultura (APA), o Instituto Ovos Brasil (IOB), a Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e a Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) realizaram ontem na sede do Instituto Agronômico de Campinas (SP) o “Seminário paulista de atualização sobre Influenza Aviária”.



Foram realizadas palestras sobre as implicações de mercado dos recentes surtos de Influenza Aviária na Europa, Ásia e África, os surtos da doença nos Estados Unidos em 2014 e 2015 e o que tem sido feito para evitar que isso se repita no futuro, além da situação da Influenza Aviária nas aviculturas industrial e familiar nos países asiáticos.



O Secretário de Agricultura de São Paulo Arnaldo Jardim destacou na abertura do evento o esforço que o estado vem fazendo para proteger seu plantel. “Para o governo a sanidade avícola é prioridade. Vamos sanear o que possa comprometê-la e reitero que temos muito orgulho dos rígidos critérios adotados para manutenção do status de nossa avicultura”, disse.



Alberto Torres, Gerente de Exportação da Cobb-Vantress, presente ao evento, afirmou que a Influenza Aviária não aparece ‘da noite para o dia’. “É o resultado de uma série de erros, negligências e falta de critérios rígidos que comprometem toda a cadeia”, explicou. “Existem 196 países no mundo, dos quais, 77 já registraram focos de IA. Cada país deve criar seu sistema de defesa e cuidados específicos”, explicou.



Torres ainda destacou a compartimentação como fundamental para a manutenção do processo comercial entre os países. “Muitas questões que envolvem embargos às exportações não possuem relações diretas com as análises técnicas, sendo meramente políticas. Daí a importância da compartimentação para evolução mercadológica, inclusive com a separação clara entre os produtos. Pintinhos, carnes e ovos férteis, por exemplo, são produtos completamente diferentes e que não devem sofrer as mesmas sanções”, explicou e completou: “Este é um trabalho que depende de cada país. Cada um pode, e deve, fazer melhor para que a confiança entre os países não seja abalada”, disse.



Andrew Rhorer, ex-presidente do National Poultry Improvement Plan (NPIP), dos Estados Unidos, esteve presente em Campinas e detalhou todo o trabalho realizado pelo paíse diante do registro de focos da enfermidade. “A preocupação com o vírus hoje é constante e por isso os pré-acordos com os Departamentos governamentais envolvidos na cadeia avícola devem prever ações e auxiliar em casos de registro da presença do vírus”, disse. Rhorer foi acompanhado do Diretor da Cobb, Jairo Arenazio, que auxiliou os presentes com a tradução de sua palestra.



Ele ainda destacou os cuidados com o descarte das aves mortas como extremamente importante. “Nos EUA realizamos o trabalho de compostagem dentro de um sistema rígido de limpeza e desinfecção. É importante que somente sejam alojadas novas aves quando houver o menor risco possível de contaminação, com a checagem e rechecagem da biosegurança”, detalhou.



Ariel Mendes, Diretor Técnico da Associação Brasileira de Proteína Animal (APBA) avaliou como muito positiva a realização do evento. “A informação é a base de tudo. Somente com informação podemos estabelecer a importância da biossegurança na avicultura. Este é um processo que depende de todos os envolvidos para a prevenção, e o produtor, empresas e demais atores da cadeia avícola estão cada vez mais conscientes da importância dos cuidados a serem tomados”, afirmou e completou: “Em caso de negligência e descumprimento das regras rígidas que estabelecemos, todos perdem e o produtor será impactado diretamente e por isso a importância da conscientização”.


Para finalizar o evento, o setor oficial apresentou as ações de prevenção à doença desenvolvidas no Brasil pelo Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Secretaria da Agricultura de São Paulo e Fórum Nacional dos Executores de Sanidade Agropecuária (Fonesa).

 

 

Fonte: AviSite