Segunda, 21 Dezembro 2015 09:30

Avicultores inovam para reduzir custo e contribuir com o meio ambiente

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Domicio Faustino

A falta de chuvas relevantes e as altas temperaturas influenciam diretamente nas cadeias produtivas, desde a produção de energia até na agricultura e pecuária. Por isso, é importante fazer o uso consciente da eletricidade, em todas as atividades. Na Região Serrana, alguns avicultores tomaram uma iniciativa ousada e o resultado já começa a aparecer.

Diariamente, um lote de galinhas precisa, em média, de 16 horas de luminosidade para ter uma produção regular. A falta de luz necessária acarreta em uma baixa produtividade e a qualidade também fica pior. Isso é o que explica o veterinário da Coopeavi, Tarcísio Simões. “A luminosidade influencia diretamente no consumo de ração, favorecendo a ingestão necessária de nutrientes durante o dia e, consequentemente, aumentando a produtividade dos ovos e uniformidade do lote”, contou.

A solução mais comum para suprir a necessidade de luz são as lâmpadas instaladas dentro dos galpões. Dependendo do dia e da quantidade de aves alojadas, é preciso manter todas as lâmpadas acesas, mesmo durante o dia. Com isso, o consumo de energia acaba sendo um dos vilões no custo de produção na avicultura de postura.

Em uma das granjas localizada em Rio Lamego, Santa Maria de Jetibá, e em outra em Caldeirão, Santa Teresa, os resultados já estão sendo percebidos. As propriedades são dos avicultores Solimar Berger e Fabrício de Oliveira, respectivamente.

Em busca de alternativas para economizar, ambos aceitaram fazer um experimento proposto pelos veterinários da Coopeavi e trocar parte das telhas de amianto por telhas transparentes. “Fizemos um teste com duas telhas transparentes por quatro meses e deu muito certo”, afirma Solimar, que depois do teste adotou o método e praticamente não utiliza mais energia elétrica durante o dia. Além disso, a produtividade em sua granja aumentou. “Tivemos um aumento imediato de 2% na produtividade”, comenta.

Na granja do Fabrício, a economia de energia é de 10 horas por dia. “Estou trabalhando com dois galpões: um com sete mil e o outro com 14 mil aves. Neste segundo, a luz precisava ficar ligada o dia todo (6h às 17h), principalmente em dias nublados ou chuvosos. Com as novas telhas instaladas, não há necessidade de ligar as lâmpadas neste período”, disse o avicultor Fabrício Oliveira.

ESTERCO– Fabrício Oliveira ainda afirmou que houve melhorias em outras frentes, como na secagem mais rápida dos estercos, diminuição da proliferação de moscas e uma redução de refugos (aves fracas), diminuindo assim a mortalidade.

“Percebemos uma melhora no esterco, pois aquele que ficava do meio da granja tinha mais umidade, o que favorecia a proliferação de larvas e moscas. Com a instalação das telhas, percebemos que a secagem do mesmo está sendo mais rápida e, com isso, diminuiu a quantidade de moscas”, disse.

INVESTIMENTO- Para Solimar, “o investimento inicial é um pouco mais alto, porque tem que mexer em toda a estrutura do telhado da granja, mas em médio prazo o investimento compensa”, disse ele.

 

 

O retorno do capital investido é diário. “Não levantamos em valores concretos o quanto conseguimos ganhar, mas só a produtividade elevou cerca de 3%”, argumenta Fabrício. “De imediato parece até pouco um aumento de 2 ou 3%, mas se a gente somar essas diferenças diárias com a redução da conta de luz, no final do mês teremos uma alteração positiva na rentabilidade da atividade”, complementa.

Na visita à granja do Solimar, ele explicou como fez a distribuição das telhas no galpão para garantir uma luminosidade uniforme. “Instalamos uma telha transparente a cada dois metros, alternando o lado (esquerdo e direito)”, contou. Com isso, o tempo de lâmpadas acesas reduziu 25%.

Ambos tinham uma preocupação com relação ao aumento da temperatura no ambiente interno dos alojamentos. Por isso, o Fabrício optou por comprar telhas específicas, que permitem passar a luminosidade e não retêm o calor. Já Solimar pintou as telhas com tinta branca durante os experimentos, o resultado não foi satisfatório, por isso, também instalou as telhas com características específicas.

A própria Coopeavi está adotando esse método novo. “Na recria substituímos algumas telhas em busca de obter melhores resultados zootécnicos e economia de energia elétrica”, aponta o veterinário da Coopeavi, Tarcísio Simões.