Sexta, 08 Maio 2020 11:51

Desempenho do ovo em abril e no primeiro quadrimestre de 2020

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No mês de abril, em função da combinação do período de Quaresma com a corrida da população aos supermercados, o ovo mereceu a melhor remuneração nominal e real de todos os tempos. Mas também ocasionou enorme susto no setor produtivo.

 

Por quase toda a primeira quinzena do mês, por exemplo, manteve o preço médio de R$113,00/caixa (valor aplicável às cargas fechadas do ovo branco extra comercializadas no Atacado da cidade de São Paulo), resultado que, então, correspondia a um ganho de 10% sobre o já excepcional resultado do mês anterior (R$102,65/caixa em março de 2020).

 

Mas exatamente na virada da primeira para a segunda quinzena o mercado passou a arrefecer. De forma preocupante. Pois, em pouco mais de uma semana de negócios, os preços recebidos recuaram quase 25%. Ainda assim, o mês foi encerrado com preço médio ligeiramente superior (+ 1,39%) ao do mês anterior.

 

Comparativamente ao mesmo mês de 2019, o ovo obteve, em abril deste ano, valorização de 35,24%. E, graças aos ganhos consecutivos do trimestre fevereiro/abril (após um início de ano absolutamente medíocre), fechou o primeiro quadrimestre de 2020 com um incremento ainda maior, de 37,57%. Ou, ainda, de cerca de 32% acima da média dos 12 meses de 2019.

 

Mas não se conclua que isso foi decorrência do oportunismo do setor frente à maior demanda do mercado consumidor quarentenado. A fortíssima valorização – fenômeno inesperado para o próprio setor produtivo – repetiu-se mundo afora. E, em muitos casos, com evolução de preços bem superior à observada por aqui.

 

À frente, agora, paira uma incógnita. A chegada de novo mês com seus salários e a semana que antecede o Dia das Mães fazem deste o segundo melhor período comercial do ano. Mas significativa parte da população se encontra sem salário. E as comemorações do Dia das Mães serão bem mais restritas, sem aquele convívio social amplo que sempre caracterizou a data.

 

Assim, é aguardar para ver o que acontece. E estar preparado para, se for necessário, adotar as medidas de sempre: descartar o mais breve possível as poedeiras mais velhas e/ou com baixa produtividade.

 

Aliás, manter poedeiras com baixa produtividade tornou-se atitude proibida para o produtor de ovos. Um ano atrás, preços na granja, uma dúzia de ovos adquiria 3,178 kg de milho ou 1,660 kg de farelo de soja. Hoje, a mesma dúzia, adquire menos de 3,050 kg de milho ou não mais que 1,550 kg de farelo de soja. Ou seja, apesar do produtor estar recebendo cerca de 38% mais que há um ano, seu poder de compra em relação às matérias-primas básicas é agora menor.

 

Fonte: Avi Site