Boas notícias para o produtor brasileiro. A soja voltou a subir forte na Bolsa de Chicago.
Essa alta vem ocorrendo desde fevereiro, mas nesta quarta-feira (13) a evolução foi de 2,1% no primeiro contrato, uma das maiores do ano.
Essa aceleração nos preços se deve a "uma lua de mel do mercado financeiro com as commodities", segundo Fernando Muraro, da Agência Rural de Curitiba. Mas o casamento pode não durar muito, segundo ele.
Sem o atrativo de outros investimentos, os investidores voltaram para as commodities agrícolas, impulsionando os preços.
O primeiro contrato da soja terminou odia em US$ 9,56 por bushel (27,2 quilos) na Bolsa de Chicago, principal formadora de preço da commodity.
A intensa elevação dos preços desta quarta em Chicago tem, porém, outros fundamentos.
A China divulgou os dados preliminares de importação de soja de março. As compras somaram o volume recorde de 6,1 milhões para o mês, superando em 36% as importações de igual período do ano anterior.
No primeiro trimestre, as importações, também recordes, atingiram 16,3 milhões, 4% mais do que as de janeiro a março de 2015.
Os chineses ainda não divulgaram a origem da soja que compararam, mas esse aumento tem a ver com a retomada das exportações brasileiras, que somaram 8,4 milhões de toneladas no mês passado.
Desse volume, 6,6 milhões de toneladas tiveram como destino a China, segundo a Secex.
Nem todo esse produto, no entanto, já foi desembarcado nos portos chineses devido à demora no transporte.
Mas o Brasil está de volta ao mercado da China com maior intensidade, segundo Daniele Siqueira, da AgRural.
Nos meses de janeiro e fevereiro, quando as máquinas ainda não estavam no campo para a colheita da soja brasileira, os chineses fizeram as compras nos Estados Unidos.
Outro fator de pressão nos preços foi a nova estimativa de importação de soja pela China neste ano.
O Usda (Departamento de Agricultura dos EUA) prevê, agora, que os chineses vão comprar 83 milhões de toneladas de soja na safra 2015/16, 1 milhão a mais do que se previa antes.
Os norte-americanos elevaram a participação brasileira nesse volume para 59,5 milhões de toneladas.
Um outro componente para a sustentação dos preços é a redução dos estoques de soja dos norte-americanos para 12,1 milhões de toneladas nesta safra.
Fonte: Folha de S. Paulo (Mauro Zafalon)