A produção de ovos capixaba e brasileira foi apresentada para a América Latina durante o “1º Seminario Hy-Line Brown”, que foi promovido pela empresa de genética de postura comercial, Hy-Line, entre os dias 13 e 17 de novembro, na cidade de Santa Marta, na Colômbia. O diretor executivo da AVES e diretor financeiro do Instituto Ovos Brasil (IOB), Nélio Hand, que foi um dos painelistas e debatedores do evento, integrou uma comitiva de 15 brasileiros.
No total, o evento recebeu 400 representantes de empresas e produtores de países da América Latina, que puderam acompanhar discussões voltadas para produção, assuntos técnicos, consumo e mercado nos países latino-americanos, além das tendências da produção em geral e de ovos vermelhos.
Os debates também destacaram a importância da América Latina no contexto da produção de alimentos nos próximos anos, que segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), deve crescer 15% até 2050. No Brasil e nas Américas, essa elevação deve chegar à casa dos 40% até 2050, com os dois territórios sendo vitais no contexto de produção de alimentos mundial e o ovo está dentro dessa perspectiva.
“Foi debatido o papel do ovo como um alimento principal na dieta alimentar e, ao mesmo tempo, foram traçados cenários para alcançar o mercado em crescimento e intensificar as ações de consumo, marketing e de informação para a população. Nesse contexto, também foi tratado o nível de consumo do ovo na América Latina, que é bastante significativo, com muitos países possuindo autossuficiência na produção e outros, como o Brasil, se destacando com um bom volume de exportação”, explicou o diretor executivo da AVES.
Visão do Espírito Santo para América Latina
Junto com outros especialistas, Hand participou de um debate no qual foi discutido o futuro da produção de ovos na América Latina. “Foi um momento muito importante para nós, enquanto setor, podermos vislumbrar como será o cenário, inclusive dentro do contexto de Influenza Aviária, no qual foi destacada a realidade da enfermidade e a atenção necessária nos países em que foram detectados casos”, lembrou o diretor financeiro do IOB.
Ele apresentou a visão brasileira do setor de ovos, apontando ameaças e oportunidades com informações e números da produção de ovos do Espírito Santo, além de dados da produção nacional. Hand frisou os volumes exportados e as projeções em relação à produção nacional, relatando que no Brasil 81% da produção é formada por ovos brancos e 19% ovos vermelhos.
“Fizemos um comparativo dos custos e dos preços dos últimos anos, nos quais o Brasil passou por dificuldades com os custos dos grãos e falamos sobre as tendências e desafios voltados para o lado do consumidor, em que o setor precisa ficar atento ao marketing, processos produtivos, gestão, etc”, completou o diretor executivo da AVES.
Popularização do consumo de ovos
Com sua visão sobre marketing e frisando o trabalho do Instituto Ovos Brasil e a realização dos Concurso de Qualidade de Ovos Capixaba, Hand falou sobre as formas de incentivar os produtores a investirem em seus processos produtivos e chamar a atenção do consumidor.
Abordando a atuação do Instituto Ovos Brasil nas redes sociais, junto com seus associados, e nas comemorações da Semana do Ovo, no mês de outubro, ele enfatizou a contribuição da entidade no crescimento do consumo per capita de ovos, que, em 16 anos, passou de 120 para 241 ovos no Brasil.
Os feitos nas exportações, com a avicultura de postura apresentando uma tendência de exportar um volume superior a 1% da produção, também foram apresentados durante o evento, que contou com a participação do presidente da Federación Nacional de Avicultores de Colômbia (Fenavi), Gonzalo Moreno Gómez. Em sua fala, ele apontou os números do setor e frisou que consumo per capita de ovos no País é de 315 ovos, ficando atrás apenas da Argentina e do México, esse último com um consumo per capita de 387 ovos ao ano.
“Foi um evento muito importante para nós entendermos como é a dinâmica de produção dos países latino-americanos e pudemos levar a nossa contribuição, enquanto avicultura capixaba e nacional, com muitas informações sobre consumo, mercado, influenza aviária, exportações e produção. A avaliação é que o espaço foi muito produtivo e ficamos muito satisfeitos”, concluiu Hand.